A LENDA DO MAÇOM PREGUIÇOSO

8 de Julho de 2019

O que se segue, abaixo, é a adaptação de um texto para crianças do 5ª ano do Ensino Fundamental 1. Esta é uma fase em que elas gostam de discutir, mas não deixam que discutam com elas.
Se essas crianças não forem bem encaminhadas, se transformarão em adultos que sabem todos os defeitos do mundo, mas se mantém incapazes de reconhecer o menor dos seus próprios defeitos.
Apresento a lenda e em seguida a adaptação, esperando não estar incorrendo em nenhuma distorção do sentido original do autor.
“Diz-se que existia um homem, que era considerado o mais preguiçoso que já se viu debaixo do céu e acima da terra. Ao nascer, ele nem sequer chorou. E, se pudesse falar, teria dito:
– Chorar não. Depois eu choro.
Também a culpa não era do pobre homem. No momento de seu nascimento, seu pai não ouviu a recomendação da parteira, quando lhe advertiu: 
– Não cruze as pernas, moço, não presta! Atrasa o menino pra nascer e ele pode crescer na preguiça e ficar manhoso.
E a sina se cumpriu. O menino cresceu na maior preguiça e fastio. Nada de roça, nada de lida.  Um dia, este homem, já crescido, se viu sozinho no pequeno sitio da família, onde já não se plantava nada. 
O mato foi crescendo em volta da casa e ele já não tinha o que comer. Então, ele chama o vizinho, que também é seu compadre, e lhe pede pra ser enterrado ainda vivo. O compadre, inicialmente, não quis atender ao estranho pedido. Mas. Depois se lembrou  que negar favor e desejo de compadre dá sete anos de azar.
E lá se foi o cortejo, carregado por alguns poucos, nos braços de Josefina, sua rede de estimação.  Quando passou diante da casa do fazendeiro mais rico da cidade, este tirou chapéu, em sinal de respeito e perguntou:
– Quem é que vai ai? Que Deus o tenha!
– Deus não o tem ainda, moço. Ele está vivo.
E quando o fazendeiro soube que era porque não tinha mais o que comer lhe ofereceu dez sacas de arroz. O preguiçoso levantou a aba do chapéu e, ainda da rede, cochichou no ouvido do homem:
– Moço, esse seu arroz tá escolhidinho e fritinho?
– Ta não! – respondeu o fazendeiro.
– Então toque o enterro, pessoal. – disse o homem preguiçoso.”
 
O maçom preguiçoso

Diz-se que existia um maçom que era o mais preguiçoso que já se viu entre as Colunas do Sul e a do Norte. Ao ser iniciado, nem sequer refletiu e, se tivesse usado da palavra, teria dito:
– Refletir não. Depois eu reflito.
Também, a culpa não era do profano. Foi o padrinho que fez pouco caso e o Experto ralhou com ele:
– Nem gravata trouxe Irmão, não presta! Atrasa o início da sessão e o profano pode crescer na preguiça e sem comprometimento.
E a sina se cumpriu. Iniciado, elevado e exaltado, ele frequentava a Loja na maior preguiça e fastio. Nada de terno, nada de Pranchas de Arquitetura, nada de nada. Tanto foi, que um dia o maçom preguiçoso se viu Venerável Mestre na pequena Loja de amigos onde já não se praticava nada.
As teias de aranhas foram surgindo nos bancos do Ocidente e ele já não tinha mais com quem tomar a cerveja. Vai, então, que ele chama seu padrinho, agora um Past-Venerável, e pede para si as Pompas Fúnebres, ainda vivo.
O padrinho, no começo, não queria atender ao estranho pedido. Mas. Depois, se lembrou  que negar favor e desejo a um Irmão pode dar Câmara do Meio ou sete anos e mais de azar.
E lá se foi o cortejo, carregado por alguns poucos, nos braços de Jubelum, sua rede de estimação. Quando passou diante do Templo de uma Loja co-Irmã da cidade, os Mestres que estavam na porta, tiraram o chapéu preto, em sinal de respeito, e um Aprendiz perguntou:
– Quem é que vai ai? Que Deus o tenha!
– Deus não o tem ainda, meu Irmão. Ele está vivo.
E quando os Irmãos souberam que era porque não tinha mais ninguém na Loja, fraternalmente confabularam e 3 Aprendizes, 5 Companheiros e 7 Mestres se dispuseram a dar força e vigor à Oficina. O maçom preguiçoso levantou a aba do chapéu e ainda da rede cochichou no ouvido do Aprendiz:
– Moço, vai ter reunião toda semana? Vou ter que ter uma Ordem do Dia? As notas de dois reais do Tronco não poderão pagar a confraternização? Vou ter que ler o Ritual? Se aparecer um artigo do Quirino, vai ter Quarto-de-hora-de-estudo?
– Sim Venerável Mestre! – respondeu o Aprendiz
– Então toque o enterro, pessoal. – disse o maçom preguiçoso.
Se o enterraram, não sei. Mas, no fundo, espero que sim, preferencialmente em um lugar onde a maré faz fluxo e refluxo e que ele seja declarado sacrílego para com os homens e que permaneça em eterno esquecimento.
MORRER, TODOS NÓS, UM DIA, MORREREMOS. MAS, NOSSAS OBRAS CONTARÃO NOSSA HISTÓRIA PARA AS FUTURAS GERAÇÕES. NO LIVRO DE SUA VIDA HÁ QUANTAS HISTÓRIAS INSPIRADORAS?


Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

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