O Início

Com a união da política através de Benso, idealismo de Mazini e do militarismo de Garibaldi, formou-se o tripé da unificação que aconteceu em 1860.

A IMIGRAÇÃO - Tudo tem um preço. A unificação da Itália custou muito caro, pois foram muitas guerras, perseguições, mortes, desemprego e fome. Como se não bastasse, os italianos ainda sentiram de perto o efeito da revolução industrial, a substituição do homem pela máquina. Diante de tal situação e do incentivo do governo, os italianos não viram alternativa que não fosse deixar a terra natal e tentar a sobrevivência em outros paises. Cerca de dez milhões de Italianos, saíram em busca de uma vida melhor. O Brasil recebeu dois milhões e duzentos mil italianos, que vieram "fazer a América".  "Meus avós ouviam contar que no Brasil brotava ouro no chão e eles vieram para cá, por causa disso", relata o descendente italiano José Augusto Duarte Gaburri.

     


Com a união da política através de Benso, idealismo de Mazini e do militarismo de Garibaldi, formou-se o tripé da unificação que aconteceu em 1860.

 A IMIGRAÇÃO - Tudo tem um preço. A unificação da Itália custou muito caro, pois foram muitas guerras, perseguições, mortes, desemprego e fome. Como se não bastasse, os italianos ainda sentiram de perto o efeito da revolução industrial, a substituição do homem pela máquina. Diante de tal situação e do incentivo do governo, os italianos não viram outra alternativa que não fosse deixar a terra natal, e tentar a sobrevivência em outros paises. Cerca de dez milhões de Italianos, sairam em busca de uma vida melhor. O Brasil recebeu dois milhões e duzentos mil italianos, que vieram  "fazer a américa" .  "Meus avós ouviam contar que no Brasil brotava ourono chão e eles vieram para cá, por causa disso", relata o descendente italiano  josé Augusto Duarte Gaburri.

A VIDA NO BRASIL - Viajando como escravos, os italianos levavam em média 23 dias para chegar ao Brasil. Muitos morriam no percurso, pois as condições da viagem eram péssimas, dada ao baixo preço que o governo italiano pagava aos proprietários dos navios. Aqui chegando, os imigrantes se alojavam em hospedarias que eram pontos receptores. Os quatro principais pontos de recepção aos imigrantes no Brasil ficavam em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais (Juiz de Fora) e Rio Grande do Sul. O governo brasileiro oferecia algumas vantagens aos novos moradores. Era comum o imigrante que soubesse trabalhar no campo receber em torno de 25 hectares de terra. 

JUIZ DE FORA - Juiz de Fora tinha a famosa hospedaria Horta Barbosa, onde hoje funciona o Quartel do Segundo batalhão de Policia Militar. Foi nesses galpões que os imigrantes ficavam alojados até algum fazendeiro chegar e fazer a seleção dos braços mais fortes para trabalhar nas suas propriedades rurais. O Alojamento comportava seiscentas pessoas, mas era comum ficarem abrigadas mais de 2400 pessoas, durante a chamada "quarentena" - tempo que os imigrantes tinham para se organizar e fazer controle de saúde, devido à epidemia de cólera. Nem todos eram agricultores, muitos já chegavam com uma profissão definida, ou não se adaptavam nas fazendas. Eram profissionais liberais como alfaiates, sapateiros, artesãos, seleiros, barbeiros, construtores, que optavam por ficarem nas cidades. Devido à alta qualidade na mão de obra dos europeus, surgiu uma grande competição em Juiz de Fora. A cidade, enciumada com os novos moradores, não fez questão de aproximar-se e os italianos por sua vez, se uniram mais. Diante da situação e com o agravante de não falarem nossa língua, começaram a se agrupar em núcleos na tentativa de se ajudarem mutuamente. Além disso, eles não queriam perder as origens, como as danças, música e a cultura que tinham. Precisavam ensinar a seus filhos a cultura e a língua Italiana. 

FUNDAÇÃO DA BENSO DI CAVOUR - Entre estes imigrantes Italianos, veio um grupo de Maçons e Carbonários (sociedade secreta Italiana) que tinham sido perseguidos na Itália. Inicialmente eles se filiaram às Lojas Fidelidade Mineira (1870) e Caridade e Firmeza (1896), únicas de Juiz de Fora na época. Devido a problemas de relacionamento e de entendimento da língua, fundaram em 16 de julho de 1902 a "Loja Unione Italian di Mutuo Socorro Benso di Cavour", hoje a Centenária Benso Di Cavour. 

Os Fundadores

A Loja Maçônica Benso di Cavour foi criada por um grupo de vinte e quatro irmãos.  Desde a sua fundação, em 1902, o quadro de obreiros da Loja era somente de imigrantes italianos.

Galeria dos Fundadores

01 Adolpho Tirapani
02 Andréa Apratti
03 Antonio Calsavara
04 Antônio Urso
05 Caetano Chiantia
06 Carlo Bertoletti
07 Carmelo Sirimarco
08 Catulo Breviglieri
09 Domingos Scaldaferri
10 Giuseppe Facio
11 Giuiseppe Grippi
12 Giuseppe Persechino

13 Giuseppe Spinelli
14 Luigi Perry
15 Maurizio Franchini
16 Michelle Donaruma
17 Pantaleone Arcuri
18 Paolo Simoni
19 Paschoale Senatore
20 Salvatore Notaroberto
21 Sebastiano Perugini
22 Tibério Ciampi
23 Umberto Gaburri
24 Virgilio Germano Bisagio

O primeiro venerável foi o irmão Giuseppe Grippi. Desde sua fundação, em 1902, o quadro de obreiros da Loja Benso Di Cavour, era somente de imigrantes Italianos. Porém com o passar do tempo e com seus parentes em idade de ingressar na Maçonaria, a Loja começou a receber os primeiros descendentes, que dominavam bem a nossa língua. Mas somente por volta de 1925, a Benso começou a receber os primeiros brasileiros e foi a partir de 1930 que cidadãos de outras nacionalidades e seus descendentes tiveram acesso à Loja.

BENSO ABRE AS PORTAS PARA BRASILEIROS - Consta que até 1943, a Loja Benso Di Cavour só teve Veneráveis Mestres Italianos. Foi quando assume como Venerável o Irmão Álvaro Moreira Campos, que rompe a tradição, tornando-se o primeiro Venerável brasileiro nato. Não há registro da quantidade de obreiros que participavam da Benso, e só foi encontrado o nome de vinte e dois fundadores. Havia muita perseguição religiosa conta a Maçonaria, além da discriminação dos governos ditatoriais que já existiram no País. "Pouca coisa daquela época ficou registrado, pois muito se falava e pouco se escrevia. Eles não se anunciavam e não se identificavam", afirma o médico pesquisador e Irmão José Augusto Duarte Gaburri. Quem hoje tem liberdade para freqüentar uma Loja Maçônica, talvez não tenha dimensão do sofrimento dos irmãos daquela época. Conta-se que o medo de represálias era tanto, que quando saiam para a reunião, sempre ficava um na porta para ver se não havia alguém perseguindo.

GRANDE LOJA MAÇÕNICA DE MINAS GERAIS (*) - A Loja Maçônica Benso Di Cavour, era filiada ao Grande Oriente do Brasil, e em 1947,  sob a direção do Venerável Mestre Álvaro Moreira de Campos, filia-se à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, fundada por Mario Berinhg  em 1927, quando recebe sua Carta Patente de nº 28.

AQUISIÇÃO DO IMÓVEL - A Benso Di Cavour, durante muitos anos continuou se reunindo nas instalações da Loja Fidelidade Mineira, e em outros locais.  Finalmente a Loja alugou um velho casarão para suas reuniões, no local que hoje é a sua sede. O imóvel, uma construção antiga, pertencia ao Irmão Joaquim Simeão de Faria. O então Venerável Álvaro Moreira Campos, proprietário de uma rede de hotéis em Juiz de Fora, resolveu, juntamente com o quadro de irmãos comprar o prédio.  "Eu e mais sete irmãos, nos reunimos para estudar a compra do imóvel, porém não tínhamos condição financeira", conta o segundo maçom mais antigo da Benso, Irmão Adair Ribeiro. Como o Venerável Moreira Campos, se encontrava numa boa situação financeira, providenciou os recursos e dividiu em quotas entre os oito irmãos, ficando trinta cotas para cada. O Irmão Adair conta que naquela mesma noite, ele e os irmãos Álvaro Moreira Campos, Sergio Ronzane, Guido Monachesi, Idalvino Batista Pereira, Edwin Cockell, Antônio Avelar e Ludovico Cardoso, conseguiram levantar o valor do sinal do imóvel, tamanha era a vontade de adquiri-lo. Posteriormente, outros irmãos foram aderindo a iniciativa com o apoio do então Venerável Mestre Bolivar Guimarães Duque, por volta de 1960. Após a aquisição da casa da Rua Espírito Santo, a Benso Di Cavour tinha agora sua sede própria e em cerimônia realizada no dia 21 de abril de 1970, fizeram a entrega simbólica à Loja Maçônica Fidelidade Mineira das chaves que lhes foram confiadas, enquanto se reuniam naquele Templo.  Entre os participantes estavam os Irmãos Agostinho José Feres, Sérgio Ronzane, G.Wupschlander Lage, Elpídio Gomes da Silva, José Lopes Silveira, Geraldo Maciel, Altivo Centire, Ismael Antônio Costa e Antônio Paviato Palore.

CONSTRUÇÃO DO NOVO PRÉDIO - No final da década de 70, na gestão do Venerável Mestre Agostinho José Feres, foi feita à Loja, através da construtora Jarbas de Souza Empreendimentos, uma proposta para demolição da casa antiga e construção de um prédio de dois pavimentos em permuta pela parte do terreno da Loja que dava frente para a Avenida Independência (Atual Av. Presidente Itamar Augusto Cautiero Franco) onde hoje existe o prédio de nº 685. Essa construção foi inaugurada em 23/10/1976, com o Templo decorado segundo orientações do saudoso Irmão Boanerges Barbosa de Castro. Em 1993, na gestão do Venerável Mestre João Moreira de Oliveira, foi feito um acrécimo com a construção de uma sala para os DeMolays, além de ampliação da cozinha e da sala do Venerável e a construção do terceiro andar, surgindo, assim um espaço para os Corpos Filosóficos, secretaria para a Loja Manchester Mineira e Biblioteca, além de um amplo espaço que os obreiros usam até hoje para guardar, em armários personalizados seus paramentos e rituais. Em 2001, com o retorno do Venerável Mestre João Moreira de Oliveira, foi feito novo acréscimo, desta vez a construção foi na frente do prédio, avançando a construção até o alinhamento da rua, aumentando o salão de festas, assim como antessala e do próprio Templo, e ainda salas para melhor acomodação dos Corpos Filosóficos. Com a preparação para o centenário, os pisos antigos foram substituídos por cerâmica e o prédio sofreu uma reforma geral ganhando nova pintura. Com a reforma do Templo, foi necessária a colocação de mais cadeiras, nova ornamentação, pintura e substituição do piso de tacos pelo mosaico.

ANO DO CENTENÁRIO - Hoje a Loja Maçônica Benso Di Cavour, com 89 obreiros, é uma referência na comunidade maçônica do estado de Minas Gerais. Na jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado de Minas Gerais, está entre as maiores e mais bem estruturadas em todos os aspectos. Completando seu primeiro Centenário, a Loja Maçônica Benso Di Cavour, que é a terceira mais antiga da cidade, assumiu o compromisso de realizar uma festa para ficar na história, pois o próximo centenário de Loja Maçônica previsto em Juiz de Fora, só se realizará daqui a 65 anos, pois a mais antiga depois da Benso Di Cavour é a Acácia do Paraibuna que hoje tem 35 anos de fundação.