Saudações, estimado Irmão!
O PORQUÊ DO "O"
Para além da semântica e das regras ortográficas, há questões, nos subtextos das sentenças que compõem nossos rituais e os jargões maçônicos, que velam mensagens, nem sempre reconhecidas ou alcançadas.
O Irmão deve estar atento às essas nuances sutis nas frases e orações e observar o contexto ao qual estão inseridas. Muitas delas dizem além das representações gráficas de um fato ou objeto.
Aqui, aproveitamos para alertar os Irmãos responsáveis por comissão, departamento ou secretaria de ritualística nas Obediências e Potências que, ao atualizar, adequar ou “corrigir” os rituais, baseados no que tiveram acesso em sua formação, eles devem se lembrar de dois aspectos fundamentais para a perpetuidade de nossa Augusta Ordem, com as seguintes perguntas: Eu tenho certeza de que conheço o suficiente das Instruções para mudar o que é transmitido e ensinado há anos? Será que possuo sozinho, o dom e o conhecimento maçônico, necessários para me autoproclamar “atualizador” de Ritual?
Atualizações gráficas próprias da dinâmica das línguas, como mudar “pharmácia” para “farmácia” são normais. Mas, observe quando nos referimos aos “móveis vetustos de nossos pais”, “a antiga penteadeira de nossa mãe”, ou “a cadeira que nosso pai gostava de sentar”. O significado, aqui extrapola o limite da linguagem gráfica. Para nós, esses objetos carregam com ele um significado simbólico, que diz de minha própria história de vida e das minhas lembranças.
Eles são elementos que formam uma sinergia entre o nosso presente e o devido respeito, que nos une com o que nos formaram no passado. Por isto, não cabe uma frase do tipo: “Os móveis velhos de nossos pais”.
E assim transcorre também nos rituais, e quero crer, muitos já se depararam com o “Eu O juro”, se já não mudaram para “Eu juro”.
Certamente, há inúmeros Irmãos mais qualificados do que eu no domínio do vernáculo e na arte da correta estrutura da língua portuguesa. Espero, então, contar com a sua benevolência, pois aqui estamos no exercício especulativo da Arte Real, tão profunda que um simples elemento inorgânico e bruto representa um ser orgânico tão sutil.
Assim sendo, o Maçom não deve simplesmente jurar sob orações. Ele deve se comprometer com as ações descritas nas palavras: Eu juro e O farei.
Observemos como os trabalhos são encerrados em Loja. Por uma frase de pedido de juramento e promessa. E não basta apenas respondermos “sim” ou “juro”?
O OBREIRO (“EU”) DEVE ESTAR CIENTE E CONSCIENTE, DO QUE FOI PROMETIDO (“O”) E ASSIM CUMPRIR ALGO SELANDO COM ABSOLUTA CONVICÇÃO (“JURO”) QUE O PROPOSTO É SAGRADO.
Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG