Saudações, estimado Irmão!
MAÇOM ANANDA
A Maçonaria é uma escola de enlevo moral e ético. Havendo dedicação e comprometimento, a espiritualização de seus membros ocorre naturalmente.
Importante esclarecer que esta “espiritualização” não tem propósito religioso. Na sua essência, o verbo pronominal correto é “despir-se dos apetites carnais, das afeições mundanas”, próprio dos que cavam masmorras aos vícios.
Nesta linha, devemos estar permanentemente abertos ao estudo de todos os segmentos que compõem os trabalhos de erguer Templos à Virtude, pois seus Mestres também aspiravam tornar feliz a humanidade.
Sugiro então ao Irmão pesquisar sobre Ananda. Não serão encontrados esquadros, compassos, réguas, alavanca, pranchas e lápis. Mas, entenderá o quanto é possível e verdadeiro transmutar da simbologia para ações cotidianas. A pesquisa pode começar pelos títulos: “A pergunta de Ananda”. “O zelo de Ananda”.
Ananda foi “aprendiz” de Buda. Tornou-se seu mais fiel “companheiro” e após a morte de Buda, tornou-se “Mestre” de mais de quinhentos discípulos do Iluminado.
Ao ser convidado para servir mais próximo e constantemente ao Mestre, ele fez TRÊS exigências:
1º Que Buda não me dê ou ofereça nenhum objeto.
2º Que ao Buda se sirva numa mesa em que eu não possa me servir.
3º Por mais que eu esteja junto dele, de modo constante, que ele não me odeie.
Aqui começa nossa dificuldade.
Será que conseguimos abrir mãos das comendas e medalhas ofertadas pelos nossos superiores hierárquicos, sabendo que a usaremos para nos valorizar?
Será possível não querer acompanhar o líder em atividades “glamorosas”?
Por fim, parece que o cerne está no “que ELE não me odeie”, transferindo assim o problema para ele, o Mestre. Pelo contrário, o que diz Ananda é que “ele” tenha benevolência, pois NÓS é que podemos ser o “problema”. E que cada Irmão encontre uma interpretação de repulsa no pedido de “Por mais que eu esteja junto dele, de modo constante”.
Ao aceitar a condição de servidor principal de Buda, Ananda abriu mão de sua ascensão na hierarquia sacerdotal. Para ele, estar com o Mestre era mais importante do que se tornar Mestre. Esta é a prática real de ser “um eterno aprendiz”.
Na cultura Budista há uma lista dos principais discípulos, cada um consubstanciando um Dom. Somente Ananda é citado em CINCO deles, sendo o de maior destaque o DOM DA MEMÓRIA.
O Dom da memória é justamente o que destaca o “Maçom Ananda”. Memória não está em se lembrar simplesmente de fatos, instruções, símbolos e alegorias.
O MAÇOM ANANDA TEM A FACULDADE DE CONSERVAR ESTADOS
DE CONSCIÊNCIA PASSADOS E TUDO QUANTO SE ACHE ASSOCIADO A ELES,
PARA SEU ENVELO MORAL E ÉTICO E SERVINDO DE INSPIRAÇÃO.
Ananda alcançou mais que do o título de “Arhat” (ser de elevada estatura espiritual). Ele alçou a esta condição, sendo considerado o Segundo Patriarca no Zen Budismo. Por isso, lhe é atribuído TRINTA E TRÉS versos de profunda significação de um homem simples, que dedicou sua vida a aprender, servir e ensinar.
“De grande conhecimento, apoiador do Dharma, guardião do tesouro do Grande Ser Dotado de Visão,
Ananda, o olho do mundo inteiro, alcançou o Nirvana final.
O dotado de visão, que tanto se lembrava, resoluto e de aguda memória, o ancião que guardava todo o Dhamma,
Ananda era uma mina de pedras preciosas.”
- Cânone Budista -
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG