O Maçom e a fruta

14 de Julho de 2019


Saudações, estimado Irmão!
O MAÇOM E A FRUTA
O título deste artigo é mais provocativo do que, realmente, elucidativo. Creio que a primeira sugestão que ocorre no Irmão como resposta seria a imagem de uma romã.
A romã é um elemento simbólico representativo da Maçonaria como instituição, e não do Maçom como indivíduo. A semente, que se parece com um cubo tem arestas definidas, faces bem polidas, ombreadas em todos os sentidos nos remete à condição dos Obreiros que, em conjunto, dão corpo a uma Loja. Mas, semente é semente. Fruto é fruto.
Individualmente poderemos associar o abacaxi ao “Irmão Casca Grossa”, o chuchu ao “Irmão Insípido” e até a banana ao “Irmão Banana” que não vale nada.
Mas, há uma fruta que bem nos serve para este exercício de alegoria. Cada Irmão Maçom é uma UVA.
Há milhares de tipos de uvas catalogadas no mundo. Algumas são aparentemente iguais, mas, foram cultivadas em solos (rituais) diferentes. Suas cores de identificação estão sempre próximas do roxo ou do verde (vermelho ou azul). 
Algumas cepas (ritos) homenageiam seu criador: uva Müller-Thurgau, criada por Herman Müller, nascido em Thurgau (Rito Schröder criado por Friedrich Ulrich Ludwig Schröder). Outras, como a Uva Itália homenageiam países (Rito Brasileiro) e assim encontramos, em ambos os casos, denominações que fazem menção a línguas, personagens e regiões.
Na nossa condição de “Maçom Uva”, assim como a fruta, nós também podemos interagir e nos transformar sob cinco formas/estágios: 
“In natura” sendo apenas resultado da transformação natural. Aprendiz, Companheiro, Mestre que acompanha o nascer e por do sol (interstício), muda de cor (avental) e está ali, simplesmente, formando o cacho (nas colunas).
“Suco de Uva” é aquele Maçom que “se espreme” para atender a demanda instantânea dos Irmãos, Loja e sociedade. É positivo, mas costuma se esquecer do principio “É justo e necessário?” Tais ações não seriam mero assistencialismo?
“Doce de Uva”. É aquele Irmão que agrega outros valores à sua natureza (açucares e limões), condições vividas (negativas como o fogo ou suaves como os movimentos). Concentra sua essência e disponibiliza aos demais o prazer da convivência e a compreensão do “Oh! Quão bom e suave..........”
“Vinho”. A transformação da uva in natura, que foi espremida, drenada seu suco, concentrada seus açucares e passou por um período de fermentação/maturação. Surge assim a bebida que simboliza conhecimento, prazer, iniciação, o sagrado, o amor divino, o sangue, a imortalidade e mundialmente considerada a bebida sagrada dos deuses. Esta bebida tem vários “graus” e a capacidade de aglutinar os Irmãos na perfeita condição de Companheiros, quando consumida no comedimento, postura própria dos Maçons.
ASSIM COMO O MAÇOM ALCANÇA A PLENITUDE NA MAESTRIA
A UVA TAMBÉM O FAZ PELO VINHO.
O MISTÉRIO ESTÁ NA EXALTAÇÃO!
O VINHO NÃO MAIS CARREGA A VAIDADE DA CASCA, NEM A DOÇURA DA POLPA,
NEM O OLHAR NO FUTURO, REPRESENTADO PELA SEMENTE. 
ENFIM, O VINHO É A UVA QUE SE DESPREENDEU DA MATÉRIA.
Mas, eu afirmei serem cinco formas/estágios.
“Vinagre” do francês vinaigre Quer dizer vinho acre ou azedo. Lamentavelmente, encontramos este tipo de “vinho estragado” em nosso meio. Todos nós estamos sujeitos e podemos nos transmutar em vinagre, se permitirmos nos contaminar pelas bactérias da vaidade, pelos fungos da intransigência ou o pior; simplesmente, por não se oferecer ao outro, mesmo que isto nos consuma.
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante 
Grande Loja Maçônica de MInas Gerais

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