EQUINÓCIO DE OUTONO

21 de Julho de 2019

Saudações, estimado Irmão!

EQUINÓCIO DE OUTONO


Não raro, nos atemos às mensagens mais simples e imediatas contidas nos símbolos nas estórias, alegorias, ferramentas, palavras, toques e sinais. O aprofundamento numa interpretação mais sutil dos símbolos que nos rodeiam, costuma exigir que o intérprete possua um conhecimento formal mais sistemático e organizado.

Por esta razão isto, nos graus simbólicos, deve-se estudar as Sete Artes Liberais, a saber: Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. 

Será isto realmente necessário? Responderemos usando o conceito de arte em Aristóteles: “a capacidade de produzir com raciocínio reto” e “uma disposição suscetível de criação acompanhada de razão verdadeira".

Peço ao Irmão que reflita: ARTE REAL; RACIOCÍNIO RETO; RAZÃO VERDADEIRA.

Sendo a Astronomia um estudo necessário nos Graus Simbólicos, lembramos que na quarta-feira, dia 20 de março, ocorrerá o Equinócio do outono de 2019. Momento oportuno para se conhecer este fenômeno astronômico, que marca o inicio da estação do Outono.

A palavra equinócio, em si, explica o fenômeno. Vem do latim, aequus(igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite tem a mesa duração, o mesmo tempo. O dia e a noite nos equinócios têm 12 horas de duração.

A igualdade de duração do dia e noite, sol e lua, luz e trevas no Equinócio sugere uma interpretação diversa da polarização entre opostos que lutam entre si. 

No Equinócio, a natureza demonstra a importância de se harmonizar os opostos na eminência da mudança.

Não é à toa que a palavra outono significa mudança. Vem do latim “Autumnus”. A mudança é poderosa, pois, no equinócio estaremos deixando para trás a luminosa, colorida e farta primavera e nos preparando para a chegada do pálido, monocromático e frio período do inverno.

No outono, a natureza começa a se mobilizar. Os Reinos, Vegetal e Animal iniciam a sua tarefa de promover as reservas para suportar as intempéries, parte inevitável dos ciclos da vida. Muito apropriadamente, o outono pode nos remeter ao Livro da Lei:

Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que cheguem os dias difíceis e se aproximem os dias da velhice em que dirás: - Não tenho mais satisfação em meus dias!”

A realidade nos mostra que, no auge da mocidade, na nossa primavera, dificilmente, pensamos na velhice. Raramente nos lembramos que chegará o nosso inverno. Mas, estando vivo, inevitavelmente, chega o momento de equalizar. Nem muito “lá”, nem muito “cá”. 

Ao maçom, cabe cultivar a determinação de fazer um “equinócio” em sua vida. 
Que tudo que possa sugerir opostos, seja interpretado como complementos. Que sejam reconhecidos os mesmos valores e empregado igual tempo, igual luz e igual energia.

Que o maravilhoso ensinamento dado pela natureza, se adequando e se preparando para o que invariavelmente vem pela frente, não nos cause temor, mas, sim, o reforço da consciência de que a vida são ciclos que se iniciam e se encerram.

IRMÃO ÁRVORE, COMPREENDE A DIGNIDADE DA PÁLIDÊZ DE SEUS CABELOS?
ASSIM COMO AS FOLHAS CAEM, TAMBÉM ESTAIS DISPOSTO A ABRIR MÃO DAQUILO QUE JULGA SER SEU?

TENS A NOBREZA DE SE APRESENTAR APENAS COM SEUS GALHOS RETORCIDOS, DESPROVIDOS DE FLORES E FRUTOS?

O abrir mão daquilo que é inevitável, a compreensão da transitoriedade das estações da vida, a redução da dinâmica do dia e a admiração das nuances da noite são as mensagens do Equinócio de Outono. Celebre, pois, a isto que chamamos de Vida!

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

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