Consciez Maçōnica

21 de Julho de 2019

Ano 13 - Artigo 12 - Número Sequencial 713 - 24 Março 2019

Saudações, estimado Irmão!
CONSCIEZ MAÇÔNICA

De todas as características que distinguem o homem dos demais animais, a capacidade de se autoperceber e de possuir a consciência de ser parte integrante de um todo, fez com que ele exercesse o domínio sobre os outros seres vivos. Esta faculdade inclui o instinto primitivo de caçar e colher para se manter vivo, a si e à sua prole. 
Mas, isso não é tudo. Na sua evolução, o homem desenvolveu qualidades como a subjetividade, a autoconsciência e, principalmente, apurou a capacidade de expressar sensações e sentimentos diante do que se passa ao seu redor e, a partir deles, imaginar, criar, prever, e propor realidades. A isto chamamos de consciez ou, simplesmente, consciência.    
A consciência, profunda e extensa, nos sobressai para além do instinto primitivo de sobrevivência. Com a consciência, atingimos um plano superior na natureza em relação aos seres vivos. Ela inclui os atributos da mente, do espírito e os valores morais e éticos. 
Nos primórdios, os homens se uniram e passaram a viver em grupos. Mas, um grupo, ainda não é uma sociedade. A partir das diferenças individuais e da consciência da individualidade transformadora, houve a necessidade de se organizar as relações entre os homens. Surgem então normas, regras e leis.
Os homens que perseguiram a junção do “conscius+sciens”; conscius (que sabem bem o que deve fazer); e sciens (conhecimento que se obtém através do estudo) se destacaram e, consequentemente, ditaram leis. Assim, foram estabelecidas políticas que manteriam a sociedade coesa e, supostamente, atendida em suas necessidades coletivas.
Mas, este processo não se encerrou. Ele é continuo e evolutivo. Nós Maçons devemos estar atentos à nossa realidade temporal e espacial e ao momento político que estamos passando.
Não tratamos aqui desta ou daquela ideologia ou de política partidária. Mas, da ciência da governabilidade de uma sociedade, daquilo que diz respeito ao que é público, para a promoção do bem estar de toda a humanidade.
Da mesma forma, os símbolos e alegorias maçônicos, que tanto nos trazem enlevos morais e éticos, devem nos dirigir a esta consciência política. Somente nesta senda nos tornaremos agentes de consciência dos diretos e deveres que garantirão a possibilidade de viabilizar a vida em sociedade, com todas suas decorrências políticas, econômicas e sociais.
O filósofo e matemático francês do século XVII, René Descartes é conhecido mundialmente pela sentença que marcou o início da individualidade no pensamento moderno: “Penso, logo existo”. Permita-me, Irmão, um exercício de interpretação filosófica maçônica sobre esta frase.                                                                                                                  
A sentença, do latim, “cogito ergo sum”, extraída de seu livro “Discurso do Método” (1637), se traduz, literalmente, em “penso, logo existo”. No francês, língua pátria do autor: “Je pense, donc je suis”, a tradução literal para o Português é: “Eu penso, portanto eu sou”. 
Sob a ótica maçônica, a tradução do francês é mais adequada. Isto porque, “existir”, neste conceito, estaria aquém de um estado de consciência própria. Distinto, pois, de Ser, que é possuir uma identidade, particularidade ou capacidade inerente. 
Assim, eu sou o resultado daquilo que penso. Ou melhor, sou a consequência daquilo que reflito, que medito, que pondero, que raciocino e de todos os demais signos que formam o pensamento. Sou o resultado daquilo que me possibilita e provoca em mim reflexões ampliando minha consciência no meio ao qual estou inserido.  
A NÓS MAÇONS DE AMPLA CONSCIÊNCIA POLITICA NÃO NOS CABE UMA SIMPLES CONTEMPLAÇÃO DO QUE SE PASSA NA SOCIEDADE. 
SOMOS SUJEITOS E AGENTES TRANSFORMADORES – PROTAGONISTAS DA NOSSA HISTÓRIA DO NOSSO TEMPO.  


Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

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