AINDA SOBRE O PRUMO

21 de Julho de 2019

 

 Ano 13 - Artigo 15 - Número Sequencial 716 - 14 Abril 2019

Saudações, estimado Irmão!
AINDA SOBRE O PRUMO
No artigo anterior especulamos sobre o que é e como se apresenta o prumo moral e ético do Maçom.
Nos símbolos e alegorias reforçamos o conceito da retidão para a boa construção. Da mesma forma, este conceito é também um poderoso instrumento alegórico, que nos lembra o caos e a justiça.
Quando as situações não estão “a prumo”, usamos a expressão “aos trancos e barrancos”, que transmite a ideia de que a situação ou coisa foi realizada de forma desajeitada, por pessoas que não tiveram habilidade suficiente para a atividade. Nestas situações, a experiência mostra que o sucesso na empreitada é impossível e que o fracasso, perda ou caos será inevitável.
O PRUMO NÃO SÓ INDICA AO MAÇOM COMO COLOCAR A “PEDRA” VERTICALMENTE, MAS LHE MOSTRA QUE O “MURO” ESTA TORTO E QUE DEVE SER DERRUBADO.
A grande referência ao muro e ao prumo está no Livro da Lei, em Amós, Capítulo 7. De maneira simples, lemos:
“Eis que o Senhor estava junto a um muro edificado a prumo. E o Senhor me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então, disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.”
Quais símbolos e alegorias devem ser consideradas válidas para a presença do muro, do prumo e da advertência do Senhor?
Vou me valer da “Nova Tradução para Linguagem de Hoje” (NTLH) da Bíblia, lançada no ano de 2000 pela Sociedade Bíblica do Brasil:
“O SENHOR me mostrou numa visão isto também: ele estava perto de um muro construído direito, a prumo, e tinha um prumo na mão. Ele me perguntou: — Amós, o que é que você está vendo? — Um prumo! — respondi. Então ele me disse: — Eu vou mostrar que o meu povo não anda direito: é como um muro torto, construído fora de prumo. E nunca mais vou perdoar o meu povo.”
Observemos que o “muro” é o modelo e as leis são os limites (landmark). O “prumo” representa o discernimento, a consciência, o instrumento para a avaliação. Ora, havendo leis, avaliadores e por conseqüência um julgamento, haverá uma decisão baseada na constante e firme vontade de dar ao outro o que lhe é devido (justiça).
Há outro prumo que nós Maçons devemos conhecer e usá-lo. É o Prumo Náutico. Ele é utilizado para informar a distancia do fundo do mar até o casco do navio. Materialmente é um peso (3 a 5 quilos) amarrado a uma grande corda com nós equidistantes (braças) que é lançado e recolhido contando quantas distancias entre nós (braças) estão entre o solo e o casco.
Serve para evitar que o navio encalhe, mas também serve para avaliar o solo. Passa-se sebo na base do peso. Ao tocar o fundo, ficarão agarrados nele, areia e lodo, que instruirão o comandante sobre ser ou não seguro soltar a âncora naquele local.
Mas, o que isto tem haver conosco? Simples! Se criarmos um ”Prumo Náutico Maçônico”, saberemos o quanto somos “profundos” ou “superficiais”. E esta superficialidade, certamente, nos fará encalhar. Encalhados, não seguiremos em viagem e o horizonte será sempre o mesmo.
Como é importante conhecermos a profundeza de nosso âmago. Imaginemos quanto é triste recolhermos este peso após sua descida e ele vir carregado do mais fétido lodo da imoralidade ou descobrirmos que, no fundo, somos inconsistentes como a areia movediça da falsidade.
O MAÇOM DEVE SER SENHOR DE SI MESMO, TANTO QUANDO SE RELACIONA COM O EXTERIOR, COMO QUANDO ADMINISTRA SEU INTERIOR.
O ÂMAGO ESTÁ EM SABER SEUS LIMITES E AVALIAR SEUS FEITOS, ANTES QUE OCORRA A DERROCADA E NÃO HAJA MAIS TEMPO DE RESTAURÁ-LA OU DO PERDÃO..
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

 

 

← Voltar para artigos