. . . SUBMETER MINHA VONTADE

21 de Julho de 2019

Ano 13 - Artigo 22 - Número Sequencial 723 - 02 Junho 2019

Saudações, estimado Irmão!
...SUBMETER MINHA VONTADE...

Esta frase retirada da resposta dada ao sermos inquiridos sobre o que nos faz estar em uma reunião maçônica é merecedora de uma tese para os que aspiram um doutoramento seja em Filosofia, Psicologia ou Sociologia. As reflexões que surgem desta frase podem nos levar à Luz ou nos manter andando em círculos nas trevas.
A palavra submissão, em geral, carrega um sentido negativo, como que tirar a independência, o que choca de frente com o nosso brado de Liberdade. Ela nos remete também à dominação, que por sua vez, atinge o brio dos Homens Livres. 
Este aspecto negativista se potencializa quando o objeto da submissão é ferir a faculdade que tem o ser humano de querer, escolher, praticar, ou seja, ser guiado por sua vontade.
Há uma vasta literatura que apresenta a Maçonaria como uma escola cujos membros cultivam valores morais, éticos, filantrópicos, filosóficos, destacando os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual. Mas, na Maçonaria, submissão não é alienação.
Dentro deste conceito, usarei a alegoria de que as Lojas são os laboratórios desta escola. E, realmente, creio que devemos vivenciar as reuniões desta maneira.
A dinâmica das atividades laboratoriais se concentra na observação atenta do material que nos é apresentado. Quanto maior o cuidado que se tem com o que está à nossa frente, maior será a certeza do resultado pretendido.
Em nossas reuniões devemos estar trajados conforme o que é ORDENADO pelo ritual. Tomamos assento onde nos é ORDENADO. Expressamos nossas ideias e opiniões na forma, ordem e no momento ORDENADO, seja pelo ritual, seja pelo Superior hierárquico.
Esta ORDEM não se faz por exercício de autoridade, mas pela necessidade de uma distribuição metódica, a fim de garantir a ordem na Ordem.

Indiferentemente de Graus, Cargos, condições profanas ou maçônicas, estamos todos submetidos à regularizações dos atos, a que chamamos de ritualística e deliberações.
Portanto, neste ambiente é onde encontramos doutores e secundaristas, mestres e aprendizes, novos e velhos, alegres e amargurados, humildes e soberbos. Temos a oportunidade de experimentar a forma como devemos agir e reagir aos contextos apresentados, sempre lembrando que as paixões não podem nos vencer e que é necessário SUBMETER MINHA VONTADE para fazer novos progressos na Maçonaria.
Este exercício é imprescindível para nos afastar da vaidade, do orgulho e da soberba, pois se me mantenho atento às necessidades do grupo, não tenho por que impor meu desejo.
Se as deliberações tomadas pela assembléia, onde a maioria optou por “A”, que está em oposição ao meu “B”, elas não podem me ofender ou me diminuir. AFINAL, TENHO A CLARA CERTEZA DE QUE NÃO ESTOU EM UM CAMPO DE BATALHA E QUE O RESULTADO TAMBÉM IRÁ ME FAVORECER EM ALGO COMO GRUPO.
No ordenamento de ”submeter minha vontade” não há perda de direitos, mas, a convicção do cumprimento elementar da boa vontade coletiva.
Quantas discussões são desnecessárias e danosas à nossa harmonia, quando Irmãos se insurgem e inflamam uns contra os outros, por decisões tomadas, às vezes mal compreendidas. O agravante é que as controvérsias, às vezes, se dão por coisas superficiais, inteiramente fora da pauta e da real diretriz dos trabalhos maçônicos.
Por exemplo, a mudança na data de uma Sessão Magna ou o cardápio de uma data festiva. Nada e ninguém tem o direito de produzir emanações negativas em um Templo Maçônico. Ali nos reunimos para o aprendizado, a concórdia, a união e tudo mais o que, enfim, nos comprometemos pelos juramentos.
No Livro da Lei há um versículo que ilustra bem esta circunstância:
PORTANTO, É NECESSÁRIO SUBMETER-SE, NÃO SOMENTE POR TEMOR DO CASTIGO, MAS TAMBÉM POR DEVER DE CONSCIÊNCIA. (Romanos 13:5)

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

← Voltar para artigos