Ano 13 - Artigo 23 - Número Sequencial 724 - 09 Junho 2019
Saudações, estimado Irmão!
AFINAL, QUAL É O NOSSO SANTO?
Nesta época do ano, é recorrente a pergunta “Qual é o Santo protetor da Maçonaria?”
O primeiro ponto a esclarecer é que não temos “Santo Protetor”. Afirmar ou acreditar em Santo que nos protege, seria extremo dogmatismo religioso. Isso, absolutamente, não é Maçonaria.
É bom lembramos que existem no mundo, aproximadamente, 2,2 bilhões de Cristãos. Mas, a soma dos crentes de outras religiões, que desconhecem ou não reconhecem uma possível ação espiritual advinda de um homem, que viveu na terra e, após a morte estaria no céu, supera em muito este número.
Nas adequações e traduções que passam os rituais durante anos, a expressão “protetor” foi substituída por “patrono”, alterando o foco da proteção para a inspiração. Exemplo seria o Duque de Caxias, que não protege o exército. Sua história militar inspira o soldado.
Então qual seria o Patrono da Maçonaria?
Não se pode afirmar com certeza. Afinal, o que é a Maçonaria? É uma Ordem? Uma Instituição? Um conjunto de valores? Um princípio filosófico? Uma doutrina? Um grupo de homens, que aspiram tornar feliz a humanidade? Uma organização municipal, estadual, nacional, internacional?
É tudo isto e muito mais do que isso. Ocorre, porém, que há muitas semelhanças e mais ainda diferenças. Isso impede qualquer resposta que seja absoluta sobre o tema do artigo.
Mas, não há como não especular, principalmente porque, no Brasil, os dois ritos mais praticados fazem menção a São João.
A fim de evitar o sentido dogmático religioso cristão, alguns rituais de algumas Potências substituíram o “São João” por “João Batista”. Desta forma, dentro do deliberado pela sua Comissão Ritualística, o Patrono é o personagem do Livro da Lei, conhecido como o “Precursor” ou “a voz que clama no deserto”.
Há vários outros “Joãos” que receberam da Igreja Católica o título de santo e em defesa deles, muitos Irmãos levantam bandeira. É curioso que, em alguns rituais do Rito de York encontramos a expressão “Lojas dedicadas aos Santos de nome João”. Quero crer que tenha o intuito de abrandar possíveis discussões, que podem chegar à beira dos dogmas.
Mas, aparece um “Fio de Ariadne”. Observe que, nos rituais, a invocação é feita para os Irmãos/Loja; e não para a Ordem/Instituição/Potência. Desta forma, promovem um vínculo psíquico entre os valores morais e éticos difundidos na história do Cristianismo pelo personagem João Batista, com as condutas adequadas para um Homem Justo e de Bons Costumes.
Dentro desta perspectiva estritamente simbólica, tendo em vista a prática ancestral do homem de procurar um arquétipo a ser seguido, a história de João Batista descendente Aarão, filho de Zacarias é inspiradora. João Batista viveu na parcimônia, que deve ser característica típica dos maçons, combateu a tirania e os erros praticados pelo governador Herodes, alertou sobre a ignorância e os preconceitos dos Fariseus e só teve a voz silenciada quando sua garganta foi cortada de orelha a orelha.
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG