Testamento Maçônico

15 de Setembro de 2019

Ano 13 - Artigo 37 - Número Sequencial 738 - 15 Setembro 2019


Saudações, estimado Irmão!

TESTAMENTO MAÇÔNICO


Ab intestato é uma expressão, em latim, que se traduz como “por ausência de testamento”. Muito usada nos tempos modernos, mas já foi considerada uma vergonha para as famílias de Roma dos Césares.

Antes de morrer, o romano deixava gravado o nome daquele que, não só receberia seus bens, como deveria “continuar sua obra”. Às vezes, o legado era apenas usar o mesmo nome.

A questão dos testamentos sempre foi algo que mexeu com o imaginário das pessoas, pois envolve a inexorável ida para o plano espiritual e os bens deixados no plano material.

Entramos em outra seara que é a herança. Dois aspectos merecem nossa reflexão: O primeiro, embora jocoso, é muito sério e não devemos permitir que aconteça : “HERANÇA É AQUILO QUE OS MORTOS DEIXAM PARA QUE OS VIVOS SE MATEM”

Outro aspecto é o que ensina a filosofia prática da Logosofia, corrente filosófica criada pelo argentino Carlos Bernardo González Pecotche. No conceito de herança de si mesmo, ele preconiza: “O homem será o que quer ser se unir ao seu saber e às suas forças o conhecimento da própria herança."

Basicamente, devemos compreender que acumulamos “bens” durante toda nossa existência (como seres espirituais) e que há como acessá-los da maneira como vivemos, pois geramos também um “patrimônio” para o nosso Ser de amanhã.

Necessitamos dar mais um passo para entendermos o Testamento Maçônico: É a compreensão de que o que conquistamos ou o que temos por direito, está estreitamente correlacionado a um dever ou a algo que é preciso fazer.

Outra reflexão: Se há um testamento, haverá um morto. Há um “morto” na iniciação? Não!  

Se a resposta for: Morre o profano para nascer o Iniciado. A reposta continua sendo não. O candidato é levado para uma Câmara de Reflexão e não para um “Templo Mortuário”.

A mensagem contida naquele ambiente lúgubre se firma no conceito filosófico de que a função da morte é nos ensinar a viver. “Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte”.

Se um dia, então, vamos morrer, quantos bens/direitos deixarei para os que aqui ficarem e quantos gerarão crédito no “Banco Espiritual”?

A contabilidade é feita não por equações matemáticas, pois AÇÕES POSITIVAS NÃO EXTINGUEM AS AÇÕES NEGATIVAS. Não adianta tratar de 10 filhos e negligenciar o pai.

Por isto, somos chamados em vida à consciência dos DEVERES para com DEUS, para com a HUMANIDADE, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e, acima de tudo, para CONOSCO.

O TESTAMENTO MAÇÔNICO que fica arquivado em nossa pasta é um documento que escrevemos para o nosso Ser do futuro.

O ESCREVEMOS E ASSINAMOS ANTES DE TER TIDO CONTATO COM AS INSTRUÇÕES MAÇÔNICAS. SE HOJE FORMOS CHAMADOS A LAVRAR UM NOVO TESTAMENTO, AS RESPOSTAS SERÃO AS MESMAS?

DEDICO este artigo aos Irmãos da ARLS Cavaleiros de Aço Belo Horizonte 382 que realizamos sua Instalação junto à jurisdição da GLMMG em 12/09/2019 e aos Irmãos Loja Maçônica de Pesquisa Quatuor Coronati Pedro Campos de Miranda que patrocinou a sensível palestra “Os Sete Princípios Herméticos na nossa vida diária.”


Sinto muito. Me perdoe. Sou grato. Te amo. Vamos em Frente!


Neste décimo terceiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuaremos incentivando os Irmãos a enriquecerem o Quarto de Hora de Estudo. Indiferente de graus ou cargos, somos todos responsáveis pela qualidade dos trabalhos em nossa Oficina.

Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

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