Saudações, estimado Irmão!

TRIGO OU PÃO, HOMEM OU MAÇOM

Na palestra “Os Sete Princípios Herméticos e Sua Presença no Nosso Cotidiano” o Irmão Adalberto Lauar ilustra o “cotidiano” como um pedaço de pão.

Feliz analogia, pois não há elemento mais comum na história dos povos do que a rotina do homem em se alimentar de pão.

Observando mais atentamente, a panificação é um processo iniciático. O grão do trigo abandonado ao solo está como que encarcerado em uma câmara escura, onde, com certeza, lhe passam pensamentos alusivos à morte. Em lugares sombrios, inevitavelmente, avaliamos nosso passado e pensamos o que faríamos diante de uma nova oportunidade.

O contato com o elemento terra é, justamente, quando sentimos a necessidade de abandonar a matéria. O estado rudimentar e originário de todo ser vivo, a que chamamos “germe” começa com um processo de desnudar-se. O trigo rompe a casca dourada e o homem se desfaz de seus vis metais.

Os caminhos à procura da luz são tortuosos e cheios de perigo. Para romper a resistência dos torrões é preciso coragem e resignação, pois, às vezes, planos em aclive terminam em abismo.

Enfim, o germe começa a chegar à superfície onde, no contato com o segundo elemento, lhe passa uma sensação de leveza. Falsa impressão, pois, o movimento do ar pode ser tanto uma brisa, como os fortes ventos das paixões, que podem tombar a frágil planta ou o mais forte dos homens.

O barulho da chuva nos desperta para a purificação da alma e a água nutre e limpa. Esta nutrição e purificação, tanto no reino vegetal como no reino animal, deve ser constante e perseverante, para se alcançar o propósito maior.

Enfim, atingimos o ponto de nossa jornada. Seja o trigo ou o homem, o momento de oferecermos os frutos de nossa vida nos chega por meio do elemento fogo que, com seu calor, nos amadurece e elimina as nódoas do vício.

Assim, estaremos prontos e preparados para nos sacrificar em prol de uma missão, mesmo com risco da própria vida.

Poderíamos supor que esta alegoria termina aqui, pois, o milagre da natureza transformou um único grão de trigo em uma espiga com mais de 50 grãos.

MAS, NA VIDA, SEJA ELA DA SEMENTE QUE VIROU ESPIGA, OU DO HOMEM QUE VIROU MAÇOM, NÃO IMPORTA O QUANTO VOCÊ CRESCEU, MAS NAQUILO QUE VOCÊ SE TRANSFORMOU.

Nosso grão ainda irá passar por novas iniciações, será despido, passará pela moagem e peneiras avaliativas. A água será acrescentada à sua nova estrutura de pó, sovado, batido. Enfim, descansará ao contato com ar. Mas, em seu âmago, sabe que repetirá a prova final do fogo e, com resignação, não faltará ao dever de cumprir sua missão.

NOBRE MISSÃO: DE TRIGO AO PÃO PARA ALIMENTAR
QUAL É A MISSÃO DO HOMEM QUE SE TORNOU MAÇOM?
A MESMA; CRESCER, FRUTIFICAR E DAR O SUSTENTO.

DEDICO este artigo aos Irmãos da ARLS Amor e Liberdade 134, do Oriente de Belo Horizonte, onde estivemos em Loja de Mesa pelos 37 anos de fundação da Oficina; e aos queridos Irmãos da ARLS Deus, Paz e Liberdade 377, do Oriente de Salinas, onde colaboramos na Sessão Magna de Iniciação.

Sinto muito. Me perdoe. Sou grato. Te amo. Vamos em Frente!

Neste décimo terceiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuaremos incentivando os Irmãos a enriquecerem o Quarto de Hora de Estudo. Indiferente de graus ou cargos, somos todos responsáveis pela qualidade dos trabalhos em nossa Oficina.

Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG