INTERDEPENDÊNCIA MAÇÔNICA
Conceitualmente, interdependência é um estado ou relação entre duas pessoas ou coisas ligadas entre si por uma recíproca dependência.
O propósito da interdependência é realizar as mesmas finalidades pelo auxílio mútuo ou coadjuvação recíproca. Esta é a interpretação semântica da palavra e pode parecer aos Irmãos que ela se encaixa perfeitamente em nossos labores.
Porém, fomos advertidos, logo em nossa entrada na Maçonaria, que a Ordem não é uma sociedade de auxílios mútuos. Então, não devemos ajudar os Irmãos?
Sim, claro. Devemos ajudar sempre quando for a um terceiro e, se a demanda for pessoal, somente quando for justo e necessário.
Nossa Interdependência é a prática da consciência de que a Maçonaria é um grupo coeso de partes inter-relacionadas, que mantém a individualidade e que, de alguma forma, se interagem influenciando e sendo influenciadas.
Este efeito prático resulta na pujança da Ordem. A proclamada “egrégora maçônica” ou “fraternidade maçônica” nada mais é do que a comprovação do conceito de sinergia, em que o todo é muito mais que a soma das partes.
Todo Maçom é independente como membro. Mas, ele está vinculado a uma infinidade de interações maçônicas, cujas dimensões, sejam profundas ou superficiais, resultam em qual degrau o Irmão se encontra ou em qual patamar de compreensão dos valores maçônicos ele conseguiu internalizar, introjetar.
Indiferente da escolha entre ser parte ou participar, invariavelmente, está presente na Maçonaria o principio da Lei Universal da Interconectividade.
A partir da iniciação, nos ligamos a uma família universal. E não estamos falando de pessoas, mas de comportamentos e condutas. Ressaltamos que a Instituição é perfeita, mas nós não o somos. Isto é maravilhoso!
Grande equívoco é achar que só devem permanecer na Maçonaria os “justos e perfeitos”. O que, por si só, já nos coloca como injustos e desprovidos de valores maçônicos perfeitos.
Escolher apenas o que nos agrada e rejeitar aquilo que nos incomoda não é um comportamento maçônico adequado. A parcialidade nas nossas escolhas denota precariedade emocional, moral e espiritual.
Queremos sempre a felicidade, crescimento, riqueza e destaque. Quando são seus opostos que nos atingem, naturalmente, nos afligimos com o fracasso, a derrota, a morte.
O peso destes pseudofardos se mede pela forma como compreendemos o contexto em que estamos envolvidos. É necessário compreender que o sofrimento fortalece e a sabedoria nos inicia no reconhecimento da própria ignorância.
Quando observamos a diversidade de comportamentos, de níveis de comprometimento e de compreensão de valores é que começamos a captar que os opostos são interdependentes e estamos sujeitos à alternância de ciclos. Basta observarmos a natureza: inverno/verão, primavera/outono que, por analogia, esta percepção se torna clara em nós mesmos.
Não nos concentremos em erros, falhas, equívocos ou reservas mentais daqueles que estão conosco nesta jornada cíclica maçônica.
Cada um está em seu próprio tempo, iniciando ou encerrando um ciclo. Somos unidades autônomas que, necessariamente, precisamos estar juntos.
Desconhecemos a origem ou causa de tantas coisas e nem sequer reconhecemos a totalidade da utilidade das nossas ferramentas. Cabe-nos a serenidade diante das adversidades, a certeza de que tudo se torna um aprendizado e a consciência crítica para, na interdependência, seguirmos respeitando o tempo de cada um.
SUGESTÃO PARA REFLEXÃO NA SALA DOS PASSOS PERDIDOS:
Antes de adentrar ao Recinto Sagrado, canalizemos nossas energias para a seguinte máxima:
“EMBORA sozinho, continue a caminhada!
Se todos o abandonarem, prossiga sua jornada. Se as trevas crescerem em seu redor, mais uma razão para que você mantenha acesa a pequenina chama de sua fé. Não deixe que sua luz se apague, para que você mesmo não fique em trevas. Ilumine, com sua luz, as trevas que o circundam.”
(Minutos de Sabedoria – Carlos Torres Pastorino)
Neste décimo quarto ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuamos a incentivar os Irmãos a enriquecer o Quarto de Hora de Estudo. Indiferente de graus ou cargos, somos todos responsáveis pela qualidade dos trabalhos em nossa Oficina.
Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos. Havendo oportunidade, solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de ideias em Loja.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG