Saudações, estimado Irmão!
SOIS?
SIM! SOMOS!
Diante da forma alegórica e simbólica como nos são apresentadas as instruções maçônicas, devemos estar abertos à procura da razão da existência desta forma de compartilhar conhecimento e qual é a sua utilidade.
NÃO HÁ NADA NA MAÇONARIAQUE NÃO TENHA UM REAL PROPÓSITO
Comumente, não alcançamos a integralidade de cada elemento simbólico maçônico, por não termos a necessária bagagem para sua compreensão. Para avançar neste grau de entendimento, não podemos nos ater ao explicito, que nos vem na percepção imediata dos sentidos e aceitarmos que “palavras são palavras, nada mais que palavras”, como pregava o personagem político demagogo, Valfrido Canavieira (Chico City 1976/1980).
Então, por que não perguntamos: Você é?
Por se tratar, principalmente de uma pergunta objetiva e singular, dirigida apenas a um interlocutor. Já, o “Sois” é a flexão do verbo ser na 2ª pessoa do plural.
Não é tão fácil chegarmos a uma definição simbólica exata. Nossos rituais são traduções submetidas a múltiplas interpretações e exegeses, que acabam por comprometer a tradução.
O resultado é que o texto se torna compreensivo em um determinado idioma ou cultura, mas pode perder parte de seu sentido original. Daí, a necessidade de aprofundarmos, além da percepção inicial, para alcançar a sutileza da linguagem.
Várias formas de reconhecimento entre pessoas são transformadas, de acordo com os hábitos e as particularidades culturais. Por exemplo, o costume do que chamamos, em geral, de “alma latina”, nos restringe a forma de perguntarmos sobre os pais de uma pessoa estranha:
- Sua mãe é viúva? Se não for um Irmão, possivelmente, você, além de receber uma “cara feia”, escutará algum desaforo.
Da mesma forma, no Ritual, usamos o respeitoso “Sois”. O pronome não se dirige somente ao interlocutor. E a resposta também envolve outra pessoa (M.’.I.’.C.’.T.’.M.’.R.’. singular) e, em alguns rituais, outras pessoas (MM.’.II.’.C.’.T.’.M.’.R.’. plural).
O reconhecimento, portanto, se faz no “plural”. Daí, o uso do “Sois”, pois consolida a coletividade dos que o são; e como tal se reconhecem.
É possível especularmos que, com o uso do pronome “Sois”, o ritualista esteja nos alertando que o Ser Maçom, no sentido de se autointitular, seria uma expressão menor de um ego; e que, devemos, pelo contrário, nos referir ao todo.
O ALERTA É PARA TROCAR O “EU/TU”, POR “NÓS/VÓS”,
EM PROL DO “ELE/ELES”
- Sois?
- (Resposta)
- Vós Sois então, Obreiros da Arte Real !
Neste décimo quarto ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuamos a incentivar os Irmãos ao estudo, reflexão e, principalmente, pelo momento em que vivemos a fraternidade solidária entre os Irmãos.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG