TREVAS OU ESCURIDÃO?

28 de Novembro de 2021

Ano 15  Artigo 47  Número Sequencial 850 28 Novembro 2021


Saudações, estimado Irmão!

TREVAS OU ESCURIDÃO?
 

Por que será que usamos a palavra “trevas” em vez de “escuridão”. Qual é a diferença entre esses conceitos?

Como em nossos labores compartilhamos as instruções por meio de símbolos e alegorias, devemos estar atentos às mensagens subliminares.
 

PARA ALÉM DO QUE ESTÁ ESCRITO ESTÁ O QUE DEVE SER COMPREENDIDO.


Estamos frequentemente em contato com alguma coisa que é em si e pronto!  Mas há situações que geram inquietudes, por exemplo, o enigma da zebra: A zebra é um animal branco com listas pretas ou é um animal preto com listas brancas? Existe uma resposta técnico/cientifica para a indagação. Pouco importa para nós, porque a Maçonaria não trabalha com o rigor acadêmico, mas sim pelo método teórico especulativo.

Neste viés, a intenção é apresentar informações preliminares para cada um especular com o conhecimento maçônico sobre “Trevas ou Escuridão”.

Poderíamos encerrar o artigo neste ponto, simplesmente esclarecendo que escuridão é um lugar/estado/condição que recebeu ou recebe luz em determinadas circunstâncias, portanto, uma condição limitada. Trevas, por sua vez, é algo sem começo ou término e que encerra em si a total ausência de luz.

Se luz é vida/conhecimento/ordenação, simbolicamente concebemos trevas como não existência/ignorância/caos. Simples assim. Porém, cabe-nos especular porque o Maçom deve estar atento às trevas e não à escuridão.

Somos biologicamente acostumados à luz/escuridão, ao dia e à noite e espiritualmente às questões que envolvem virtudes, vícios e tudo o que diz da dualidade do ser/estar.

No livro “Ensaio sobre a Cegueira” do escritor português José Saramago, há uma frase impactante: “Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, cegos que veem, cegos que, vendo, não veem”. A questão especulativa das trevas não é ela em si, mas o que ela gera.

Um pouco dos mitos antigos para enriquecer nossa reflexão: Na mitologia grega, Érebo é a personificação das trevas. Seu reino é sem vida e seu pai era nada menos que o Caos e tem uma irmã gêmea (Nix), que personifica a noite (escuridão). O relevante aqui é que eles são frutos das cisões do pai.
 

O CAOS GERA AS TREVAS E A ESCURIDÃO


Érebo desposou Nix gerando Éter (a Luz celestial) e Hemera (o dia).
 

A ORDEM SE SOBREPÔE AO CAOS


Estar nas trevas é se estagnar. Vencer a estagnação é a grande iniciação. A procura da Luz não é para clarear o ambiente, mas, para vê-lo melhor.

É preciso estar nas trevas para reconhecer a Luz. Sob o ponto de vista ético, infelizmente, a visão acaba se adaptando à pálida presença da luz nos lugares materiais, nos estados da alma e nas condições espirituais permeados pela escuridão moral.

Finalizo parafraseando novamente Saramago:
 

SE PODES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA.


Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!


Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

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