VOCÊ É J e P ? (ou melhor J ou P !)

10 de Abril de 2022

Ano 16  Artigo 15  Número Sequencial 869  10 Abril 2022


Saudações, estimado Irmão!

VOCÊ É J e P? (ou melhor J ou P!)


Imagino a centena de respostas formuladas pelos Irmãos diante destas duas letras e a ausência da virtude da humildade ao qualificar a si próprio como justo e perfeito.

Chega a ser sacrilégio tentar interiorizar em nós mesmos estes valores que se encontram apenas entre a Força e a Beleza e garantem a estabilidade de um lugar sagrado. A justiça aplicada e o trabalho incessante de aperfeiçoamento fortalecem e embelezam o nosso Templo Interior e mantém a nossa integridade. Mas não é nesta direção que trabalharemos este artigo.

A realidade é que o retorno às atividades maçônicas tem deixado às claras as novas abordagens e os possíveis conflitos que podem ocorrer entre os Irmãos “J” e o Irmãos “P”.

Poderia estar tratando aqui de “J”, que são os Irmãos Jovens e de “P”, que são os Irmãos Provectos. Sempre houve divergências entre novel e o anoso, e não haveria de ser diferente no âmbito da Maçonaria. Porém, ocorre uma relação cruzada entre a letra, o que ela representa e com qual grupo ela se identifica.

A pandemia foi um divisor de águas. Não há como negar que as reuniões maçônicas não serão mais como eram antes. Ressalto que não estamos tratando de rituais, mas da ritualística.

O mundo tecnológico acelerou nossas vidas. Antes, tínhamos apenas um pensamento durante sessenta segundos; hoje em um minuto passam 60 coisas pelas nossas cabeças. Se este fato é positivo ou negativo, não sabemos! Ainda é cedo para as certezas e não há, necessariamente, de se ter uma resposta, pois não se trata de um problema, mas de uma realidade.

Hoje, nós, os provectos somos maioria, mas, em 15 anos seremos minoria. Isto é positivo, pois as Lojas precisam se renovar, lembrando que a renovação não se dá pela simples entrada de novos membros, mas pela permanência desses jovens Irmãos na Ordem.
 

A RESPONSABILIDADE COM A LONGEVIDADE DA LOJA NÃO CABE AOS JOVENS,
MAS, A NÓS EM “PERMITIR” E EM AJUDÁ-LOS A CONQUISTAR O ESPAÇO.


Para ilustrar, recorro ao trabalho desenvolvido por Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers, baseado na teoria de Carl Gustav Young sobre os tipos psicológicos.

Nós, os mais antigos, somos o “J” de Julgadores. Queremos ter o domínio e planejar tudo. Por outro lado, precisamos de tempo para nos preparar e ficamos apreensivos com as mudanças. Temos orgulho das nossas conquistas e detalhamos tudo o que foi alcançado. Não gostamos da espontaneidade nas sessões, mas, nas reuniões festivas, somos só alegria. Somos os conservadores!

A nova geração de Maçons são os “P” de Percebedor. Eles entendem a forma de trabalho como um limitador, no entanto guardam certa tolerância para com as coisas que fluem e, no caso de se extrapolar um prazo considerado legitimo, eles, simplesmente, vão embora. Cheios de energia e criatividade, buscam autonomia, liberdade e com esta força promovem o crescimento. Por isso são arrojados!
 

PARA QUE TUDO ESTEJA J.’. E.’. P.’. ENT.’.  CCOL.’. É
NECESSÁRIO QUE HAJA UNIÃO DOS JOVENS E DOS PROVECTOS COM A ENERGIA DE UM ALIADA À EXPERIÊNCIA DO OUTRO.

NÃO É ATRAVÉS DO CONSERVADORISMO QUE MANTEREMOS AS TRADIÇÕES

NOSSOS TRABALHOS NÃO SÃO ESTÁTICOS; SÃO DINÂMICOS.


Seguimos neste ­16o ano de compartilhamento de instruções maçônicas, porque acreditamos fielmente que um mundo melhor se constrói pela qualificação do artífice. Precisamos nos reanimar permanentemente para o bom uso do malho e do cinzel.


Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
 

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

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