A ESPIRITUALIDADE DA ACÁCIA.

12 de Junho de 2022

 Ano 16  Artigo 24  Número Sequencial 878  12 Junho 2022


Saudações, estimado Irmão!

A ESPIRITUALIDADE DA ACÁCIA


Os estudos sobre a Acácia na Maçonaria se desenvolvem praticamente em três vertentes. A primeira é sua presença no Livro da Lei, em Êxodo, onde se constata suas qualidades, tendo em vista ter sido usada na construção do Altar dos Holocaustos, da Mesa dos Pães Propiciais, das Varas e da Arca da Aliança. Isso deu à Acácia a aura de madeira sagrada.

Há também um vínculo com a linguagem. No antigo Reino da Numídia, norte da África, onde há muita variedade de Acácias, ela era chamada de Houza, cuja sonoridade é bem próxima de Huzé, principalmente se dito de forma rápida e repetida.

O terceiro ponto é a ligação de suas características com os princípios e valores maçônicos. Traçamos essa alegoria pela durabilidade da madeira e sua baixa deterioração quando exposta ao meio. Assim desejamos que seja a conduta do Maçom no mundo profano, que ele não se deteriore e não se corrompa.

Para absorvermos lições espirituais, precisamos estar atentos e refletir sobre detalhes aparentemente comuns, mas, que não o são, pois cremos em um Princípio Criador, que grandiosamente arquitetou todo o universo.

Após cortada, a árvore se transforma em tábuas e peças e estas conservam suas qualidades intrínsecas nas mais diversas formas e utilidades. Não corre mais seiva em seus vasos, mas, nem por isso deixa de ser acácia.

Milhares de anos de interação com o meio a prepararam para viver em ambientes hostis. A matemática do universo lhe ensinou a equacionar a profundidade de suas raízes com a altura de seus galhos.

O exemplar de acácia mais conhecido na história da humanidade é “A Árvore do Ténéré”, a única estrutura vegetal, em um raio de 200 quilômetros, a sobreviver após a extinção de um antigo oásis no Deserto do Saara.

À procura de água e sustentação e tendo de se adaptar aos quase 50 graus ao meio-dia e a temperaturas negativas à meia-noite, ela projetou raízes a uma profundidade equivalente a um prédio de 12 andares.

Foi também ponto de referência de peregrinos, abrigou e acalentou viajantes do norte ao sul, do ocidente ao oriente, foi venerada como exemplo de perseverança e virtude e sobreviveu solitária por mais de 100 anos. Mas, bastou um motorista, em 1973, aviltado pelo do vício do álcool, para destruí-la passando seu caminhão por cima dela.

Quase meio século após ter recebido o golpe do malho fatal deferido por inconsciência ou revolta, ainda hoje há vestígios de sua existência. Os restos da Acácia de Ténéré estão expostos em um museu para torná-la conhecida pela humanidade. Ela não declinou de sua missão, a fraqueza não invadiu seu espírito e mesmo quando as folhas se desprenderam de seus galhos, ela continuou sendo a Acácia.

Assim é o Maçom cuja Acácia lhe é conhecida. Um dia, a carne se desprenderá de seus ossos, mas sua história será preservada como referência acalentadora e inspiradora.
 

O SÍMBOLO DA ACÁCIA QUE NOS INSPIRA
É A SOBREVIVÊNCIA DAS ENERGIAS QUE A MORTE NÃO PODE DESTRUIR.


Seguimos neste ­16o ano de compartilhamento de instruções maçônicas, porque acreditamos fielmente que um mundo melhor se constrói pela qualificação do artífice. Precisamos nos reanimar permanentemente para o bom uso do malho e do cinzel.

 

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
 

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

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