ultracrepidanismo maçônico

28 de Agosto de 2022

Ano 16  Artigo 35  Número Sequencial 889  28 Agosto 2022


Saudações, estimado Irmão!

ULTRACREPIDANISMO MAÇÔNICO


A imagem que ilustra este artigo registra uma passagem na vida do pintor grego Apeles, que viveu no século IV antes de Cristo.

Apesar de suas obras não terem sido integralmente conservadas até os dias atuais, sua técnica magistral e seus feitos estão registrados em livros históricos. Uma de suas características era ser acessível a críticas e sugestões. Ele tinha o hábito de expor suas obras em espaços públicos apenas para ouvir os comentários.

Na ilustração está um sapateiro apontando um erro na pintura. Apeles havia errado no número de tiras da sandália. Então, o pintor recolheu o quadro, realizou a correção e o expôs novamente.

Eis que retorna o sapateiro, desta vez, tecendo críticas sobre a anatomia das pernas dos personagens, no que recebe do autor a resposta: “Sutor, ne ultra crepidam” (sapateiro, não vá além do sapato).

O episódio nos apresenta a lição de que devemos nos ater àquilo que realmente conhecemos. À sua não observância chamamos de Ultracrepidanismo: o péssimo hábito de expressar opiniões ou dar conselhos em assuntos que estão além do próprio conhecimento.

O maçom ultracrepidário é aquele Irmão acostumado a reclamar de tudo e, para cada assunto, ele tem uma opinião pronta, especialmente em questões que desconhece.

Um provérbio árabe ensina que a palavra é prata e o silêncio é ouro. Façamos então uma analogia com o que chamamos de metais na Maçonaria. Devemos dar valor às qualidades morais. Não há nada mais imoral do que as trevas da deseducação. Assim, quando nos forem solicitadas opiniões e não tivermos a certeza que ilumina devemos, humildemente, responder:
 

NADA SEI, MAS QUANDO SOUBER, PODEREI CUMPRIR COM MEU DEVER.
(Nada tenho, mas quando tiver, saberei cumprir com meu dever.)


Não podemos nos arvorar a emitir opiniões, defender considerações e sair esclarecendo definitivamente o sexo dos anjos. Com tantas informações disponibilizadas pela modernidade, a necessidade imperativa de termos conhecimento para falar com propriedade sobre qualquer assunto se torna imprescindível aos Bons Costumes. Assim, evitaremos incompreensões, perdas e desgastes desnecessários.
 

ANTES, TINHAMOS O “ETERNO APRENDIZ”
HOJE, TEMOS O “ETERNO MESTRE”

 

Seguimos neste ­16o ano de compartilhamento de instruções maçônicas, porque acreditamos fielmente que um mundo melhor se constrói pela qualificação do artífice. Precisamos nos reanimar permanentemente para o bom uso do malho e do cinzel.

 

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
 

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

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