SALMO! CANTO, HINO OU LENITIVO?

13 de Novembro de 2022

Ano 16  Artigo 46  Número Sequencial 900   13 Novembro 2022


Saudações, estimado Irmão!

SALMO! CANTO, HINO OU LENITIVO?


No artigo anterior – “Oh! Quão bom e necessário é que os Irmãos convivam em união!”  expus uma reflexão sobre a necessidade de transformamos palavras em ações dirigidas aos Irmãos.

Como existem inúmeros e competentíssimos textos de interpretação do Salmo 133, não vou enveredar no tema. Mas há um aspecto singular que gostaria de apresentar. Creio que poucos Irmãos sabem que ele é um dos 15 Salmos de Degrau.

O Saltério ou Livro dos Salmos é o maior e mais conhecido de todos os livros que compõem a Bíblia e o que tem o maior número de edições publicadas separadamente. Composto por 150 Salmos escritos durante mais de mil anos da história dos Israelitas (iniciando no êxodo do Egito, que se cogita entre o século XV a.C. e o século XIII a.C. e o cativeiro do povo pelos babilônios no século VI a.C). Assim compreendemos a impossibilidade de haver apenas uma autoria.

O mais consagrado dos seus autores é o Rei Davi. Em seus prováveis 74 poemas e também em outros Salmos estão presentes mensagens subliminares revelando que A vida é cíclica. Estão lá narrativas de perseguição, súplica, desavença, crença, esperança, bem aventurança e a vida seguindo seu caminho no enorme lapso de tempo desses versículos.

Outro aspecto diferencial dos Salmos é a sua sonoridade. Indiferente da língua usada nas traduções, conserva-se uma musicalidade na leitura. Não é à toa que na transliteração da palavra salmo, em grego e em hebraico, a entendemos como música, no sentido de cânticos ou louvores.

Os chamados Salmos de Degraus, foram assim classificados por serem os mais cantados por aqueles que se dirigiam a Jerusalém, que se encontra em um planalto nas montanhas da Judeia. Em meio a terrenos pedregosos, secos e quentes, em verdadeira peregrinação, era essencial a invocação da força e da proteção de Deus como um lenitivo do sofrimento para alcançarem a Cidade Santa, no passo a passo, de degrau a degrau.

O Livro dos Salmos não é importante apenas na Bíblia Cristã. Ele compõe também um dos 24 livros do Tanakh, que é a Bíblia Hebraica. Ademais é um dos três livros poéticos que formam o Ketuvim (uma das divisões do Tanakh).

No Tanakh, o Livro dos Salmos recebe o nome de Tehillim e, juntamente com o Mishlei (Provérbios), e o Iyyôbh (Jó), são conhecidos como Sifrei Emet ou, simplesmente, Emet que em hebraico significa verdade.

Quando na nossa Sublime Ordem recebemos nosso primeiro ritual, somos alertados que não devemos nos restringir às explicações que nele constam, pois, nossa simbologia e alegorias podem e devem serem interpretadas sob múltiplos pontos de vista e cada um deles dará lugar a interpretações análogas, porém metafisicamente diferentes.

Com essa explanação, para qual indagação, reflexão e conclusão estamos caminhando?

O objetivo é provocar o Irmão a querer ir mais longe. A Aritmética nos ensina a lidar com as operações numéricas; a Geometria nos coloca diante das questões de forma, tamanho e a posição relativa das figuras; e a Astronomia nos fascina só de olharmos a Abobada Celeste. Mas quem completa e harmoniza o Quadrivium é a Música.

Basta invocarmos o provérbio popular, místico e verdadeiro, de origem grega, que afirma:
 

“QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA”

 

Seguimos neste ­16o ano de compartilhamento de instruções maçônicas. Acreditamos fielmente que um mundo melhor se constrói pela qualificação do artífice. Precisamos nos reanimar permanentemente para o bom uso do malho e do cinzel.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

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