Saudações, estimado Irmão!
ONDE ME ENCAIXO?
A Maçonaria cultua o amor pela sabedoria, e o primeiro ponto para o Maçom compreendê-la advém da consciência de sua própria ignorância.
Talvez a mais simplória, porém impenetrável, questão que atinge todas as Escolas de Filosofia esteja nas três perguntas?
1) De onde vim?
2) Quem Eu sou?
3) Para onde vou?
Se, para os Grandes Filósofos, o questionamento gerava uma infinidade de possibilidades, para o Maçom, as respostas são simples.
De onde vim? Vim de uma Loja consagrada aos que clamam pelo deserto, vivendo em parcimônia, combatendo a tirania, levando luz aos ignorantes, pão aos famintos, proteção aos desamparados, simplesmente para promover o bem-estar da sociedade, mesmo que isso resulte em cortarem meu pescoço como fizeram com o Patrono João.
Quem Eu sou? Sou aquele que procura acompanhar os justos. Compreendo que o espírito deve prevalecer sobre a matéria. Quero apenas ser o companheiro útil na jornada daqueles que, se necessário for, oferecem seu coração com a mão direita.
Para onde vou? Vou de norte a sul, de sul a norte, marchando reto, às vezes com desvios e, se for necessário, até em pequenos saltos. Sei que estou no ocidente e que caminharei ao oriente, mesmo que seja ao oriente eterno e, nessa dualidade, me dividirei ao meio, parte no setentrião, parte no meridião.
Simples assim!
A GRANDE PERGUNTA PARA O MAÇOM DEVE SER: POR QUE ESTOU AQUI?
A resposta é pesada e talvez desestimulante aos que acreditam que há outro destino.
NINGUÉM É NADA NA ORDEM!
SOMOS APENAS COADJUVANTES.
APENAS UMA DAS MILHARES DE PEÇAS DE UM
INTRIGADO QUEBRA-CABEÇA CHAMADO MAÇONARIA.
E isso é muito bom, pois nos coloca na condição do eterno aprendizado, de servidores simples e humildes, conscientes da transitoriedade dos cargos e da implacável ferrugem sobre os vis metais das honrarias.
É hora, então, de visualizarmos esse “quebra-cabeça”, que começa com a relação entre os Obreiros, a rotina das Sessões, os desafios das Lojas, o comprometimento com as diretrizes da Potência, o fortalecimento da fraternidade entre Irmãos de orientes diferentes, a tolerância com os equívocos, a luta contra os erros e, sobretudo, o autoconhecimento de seus limites e suas “formas”.
Em nenhum quebra-cabeça há peças mais importantes. A “utilidade” da peça não está na sua forma, mas em encontrar outras peças com as quais tem “afinidades”. Assim como o Pavimento em Mosaico, é justamente na diferença que há complementação.
Quando vier a pergunta “Por que estou aqui?”, tenha a alma leve e compreenda que é apenas para “encaixar” sua vida na vida do outro e formarem uma bela obra.
Neste 17o ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
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