OXÍMORO MAÇÔNICO

14 de Abril de 2024

 Ano 18  Artigo 15  Número Sequencial 974   14 Abril 2024


Saudações, estimado Irmão!

OXÍMORO MAÇÔNICO.


Não em relação ao tempo recente, de hoje, mas ao tempo de antigamente, o aprendizado maçônico era passado de forma não exata e não simplista.

Tal forma de transmissão do conhecimento, porém, não é exclusiva da Maçonaria.

Só sei que nada sei.” – Sócrates (supostamente).
Se qualquer te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.” – Jesus Cristo.
Mesmo uma vida feliz não pode existir sem um pouco de escuridão.” – Carl Jung.
Mandar imprimir no peito uma marca inextinguível que o tornará reconhecido por todo o Universo. Após o ato, explica que é inútil, pois não penetra onde deve ser a morada da caridade. – Venerável Mestre.

E há centenas dessas figuras de linguagem, caracterizadas pela expressão de uma ideia contrastante e contraditória em nossas instruções. A isso chamamos de OXÍMORO MAÇÔNICO.
 

MAÇONARIA NÃO É UMA CIÊNCIA EXATA.


Só nessa frase surge a possibilidade de centenas de manifestações contrastantes e contraditórias. Fica aqui a sugestão do intercâmbio em um quarto de hora de estudo.

Ademais, não basta apenas apresentar elementos que contradizem. Do mesmo modo, faz-se necessária a apresentação da oposição da ideia. Não devemos trabalhar nas antíteses, pois, muitas vezes, são visões pessoais que anulam o “vencer minhas paixões”.

O trabalho oxímoro, portanto, manifesta-se quando nós paradoxamos conceitos. Não a fim de invalidar ou resumir o que é apresentado. É por ele que surge a possibilidade da plurissignificação do que seria óbvio – ir além do sentido denotativo.

Então Maçonaria é ou não uma ciência? Se for, será exata ou ciências humanas?

Jamais devemos perder a condição crítica da especulação de querermos ir mais longe; de procurarmos pontos de perfeição para caminharmos juntos para um só ideal; de termos culto aos mesmos valores; do amparo mútuo, do abrigo das mesmas virtudes e da consolidação da fraternidade.

Assim, trabalhamos os paradoxos verídicos, os quais, baseados em um raciocínio lógico correto, conduzem a resultados improváveis. A título de ilustração, ao chegarmos ao Grau 33, alcançarmos a consciência de que devemos trabalhar mais nosso Grau de Aprendiz.

O quanto é revelador o paradoxo falsídico da interpretação de parte de informações. Amparado em um raciocínio falso, leva a resultados incorretos. Ao ser exaltado ao Grau 3, alcança-se a plenitude. Entende-se plenitude como completitude. O Mestre está completo, não há nada mais a fazer ou para fazer.

Creio que o pior seja o paradoxo condicional, visto que há uma extrema dificuldade entre nós de compreensão das relações entre causas e consequências.

A intenção destes artigos dominicais são as provocações para o cumprimento da missão especulativa dos Irmãos. Portanto, sem o menor intuito de ferir leis, padrões e normas. Mas vejam só que situação paradoxal.

Recebemos um profano e, após o cerimonial de iniciação, ELE SE TORNA UM APRENDIZ. Nas reuniões seguintes, ele tomará conhecimento do que se trata o aprendizado maçônico. Passado um tempo, o elevamos, e ELE SE TORNA UM COMPANHEIRO. Nas reuniões seguintes, ele tomará conhecimento do que se trata o companheirismo maçônico.

Pouco tempo depois, o exaltamos, e ELE SE TORNA UM MESTRE. Sabe-se lá quando tomará conhecimento do que se trata a maestria maçônica.

NÃO SERIA MAIS LEGÍTIMO SE O GRAU FOSSE UM RECONHECIMENTO DA APLICAÇÃO PESSOAL DAS INSTRUÇÕES PASSADAS?


2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

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