Saudações, estimado Irmão!
OXÍMORO MAÇÔNICO.
Não em relação ao tempo recente, de hoje, mas ao tempo de antigamente, o aprendizado maçônico era passado de forma não exata e não simplista.
Tal forma de transmissão do conhecimento, porém, não é exclusiva da Maçonaria.
“Só sei que nada sei.” – Sócrates (supostamente).
“Se qualquer te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.” – Jesus Cristo.
“Mesmo uma vida feliz não pode existir sem um pouco de escuridão.” – Carl Jung.
Mandar imprimir no peito uma marca inextinguível que o tornará reconhecido por todo o Universo. Após o ato, explica que é inútil, pois não penetra onde deve ser a morada da caridade. – Venerável Mestre.
E há centenas dessas figuras de linguagem, caracterizadas pela expressão de uma ideia contrastante e contraditória em nossas instruções. A isso chamamos de OXÍMORO MAÇÔNICO.
MAÇONARIA NÃO É UMA CIÊNCIA EXATA.
Só nessa frase surge a possibilidade de centenas de manifestações contrastantes e contraditórias. Fica aqui a sugestão do intercâmbio em um quarto de hora de estudo.
Ademais, não basta apenas apresentar elementos que contradizem. Do mesmo modo, faz-se necessária a apresentação da oposição da ideia. Não devemos trabalhar nas antíteses, pois, muitas vezes, são visões pessoais que anulam o “vencer minhas paixões”.
O trabalho oxímoro, portanto, manifesta-se quando nós paradoxamos conceitos. Não a fim de invalidar ou resumir o que é apresentado. É por ele que surge a possibilidade da plurissignificação do que seria óbvio – ir além do sentido denotativo.
Então Maçonaria é ou não uma ciência? Se for, será exata ou ciências humanas?
Jamais devemos perder a condição crítica da especulação de querermos ir mais longe; de procurarmos pontos de perfeição para caminharmos juntos para um só ideal; de termos culto aos mesmos valores; do amparo mútuo, do abrigo das mesmas virtudes e da consolidação da fraternidade.
Assim, trabalhamos os paradoxos verídicos, os quais, baseados em um raciocínio lógico correto, conduzem a resultados improváveis. A título de ilustração, ao chegarmos ao Grau 33, alcançarmos a consciência de que devemos trabalhar mais nosso Grau de Aprendiz.
O quanto é revelador o paradoxo falsídico da interpretação de parte de informações. Amparado em um raciocínio falso, leva a resultados incorretos. Ao ser exaltado ao Grau 3, alcança-se a plenitude. Entende-se plenitude como completitude. O Mestre está completo, não há nada mais a fazer ou para fazer.
Creio que o pior seja o paradoxo condicional, visto que há uma extrema dificuldade entre nós de compreensão das relações entre causas e consequências.
A intenção destes artigos dominicais são as provocações para o cumprimento da missão especulativa dos Irmãos. Portanto, sem o menor intuito de ferir leis, padrões e normas. Mas vejam só que situação paradoxal.
Recebemos um profano e, após o cerimonial de iniciação, ELE SE TORNA UM APRENDIZ. Nas reuniões seguintes, ele tomará conhecimento do que se trata o aprendizado maçônico. Passado um tempo, o elevamos, e ELE SE TORNA UM COMPANHEIRO. Nas reuniões seguintes, ele tomará conhecimento do que se trata o companheirismo maçônico.
Pouco tempo depois, o exaltamos, e ELE SE TORNA UM MESTRE. Sabe-se lá quando tomará conhecimento do que se trata a maestria maçônica.
NÃO SERIA MAIS LEGÍTIMO SE O GRAU FOSSE UM RECONHECIMENTO DA APLICAÇÃO PESSOAL DAS INSTRUÇÕES PASSADAS?
2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
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