Saudações, estimado Irmão!

DILIGÊNCIA E PERSEVERANÇA

Se houvesse a lenda da bota mítica maçônica, o calçado esquerdo teria o nome de diligência, e o direito, perseverança.

A marcha evolutiva da vida ocorre ao nos lançarmos à busca minuciosa da verdade, ao zelo na pesquisa e à execução de uma tarefa. Nesse sentido, os pés não devem se manter distantes. Calcanhares unidos em base no ângulo reto, sente-se a força do jamais desistir.
 

CONSUBSTANCIADAS A VIRILIDADE DO APRENDIZ E A OUSADIA DO COMPANHEIRO,
O MADURO MESTRE MANTÉM-SE CONSTANTE NO AMOR.

Nosso interesse nos estudos, nas investigações e na evolução como ser humano, como cidadão honrado e como construtor social não pode configurar propósito pessoal, pois seria expressão de vaidade e egoísmo. Não somos o produto final, mas as ferramentas para a produção: “Tornar Feliz a Humanidade”.

A palavra “diligência” vem do verbo latino diligere, que significa amar; diligens (diligente), por sua vez, significa aquele que ama. O Maçom diligente é, pois, aquele que ama a Maçonaria.

Mas o que é a Maçonaria?

É a união consciente de homens desinteressados, generosos e devotos aos deveres de fraternidade, concorrendo pelo exemplo e pela prática da virtude, para esclarecer a sociedade e prepará-la para a emancipação progressista e pacífica da Humanidade.

No estudo da Ética, a diligência é uma virtude humana que nos leva a seguir e conquistar um objetivo de vida por meios convencionais e dignos. Desse modo, no século IV, destacou-se, nos estudos cristãos para combater os vícios malignos, a prática das sete boas virtudes: castidade (castitas), caridade (caritas), temperança (temperantia), diligência (industria), paciência (patientia), bondade/benevolência (benevolentia) e humildade (humilitas).

Já a palavra “perseverança” vem do grego hypomenō, termo que significa, entre outros sentidos, “permanecer”, “manter-se”, “estar com os pés no chão”, “não retroceder”.

Assim, a marcha evolutiva da vida acontece ao lançarmos à frente o pé esquerdo (diligência). Como, porém, nossos passos devem ser justos, o pé direito (perseverança) dará o apoio. Calcanhar com calcanhar, na angulação da retidão de não voltar atrás. Sempre avançar e subir.

Há no Livro da Lei, em Tiago 1:4, uma interessante instrução: “E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem que falte a vocês coisa alguma”.

A fim de entendermos o conceito maçônico do uso em conjunto da DILIGÊNCIA e da PERSEVERANÇA em nossas vidas, precisamos criar a alegoria de sermos um alpinista cuja meta de vida é conquistar o Monte Everest.

O topo da montanha encontra-se a 8.849 metros de altitude, com ventos que podem chegar a 160km/h e temperaturas de -15ºC no verão e de -30ºC a -60ºC no inverno. Imaginemos, então, que seu propósito esteja a 8.849 dias de trabalho, que as golfadas e rajadas de incompreensões e mentiras estejam zunindo ao seu redor e a invernada das relações humanas caminham da frieza às dissimulações.

Podemos acreditar que estamos física e mentalmente preparados para a escalada, visto que estudamos e adquirimos os equipamentos que nos darão suporte. Todavia, sabemos que o sucesso se inicia com um processo interno de calçarmos a DILIGÊNCIA e a PERSEVERANÇA, protegidos pela Moral e aquecidos pela Ética.

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Mestre de Cerimônias - PR25  2024/2026