
Saudações, estimado Irmão!
COBRIDOR.
Em alguns Ritos, no cargo, além da missão, também é indicada sua localização. É o que acontece com o Cobridor Externo, que é assim designado, visto que há o Cobridor Interno.
Quando a vigia e a proteção interna estão sob a responsabilidade de um Guarda do Templo, normalmente e, até mesmo, por lógica, ele é tratado como Cobridor. Ele dará a “cobertura”, ou seja, a proteção ao interno de situações adversas oriundas do externo.
Em épocas memoriais, sobretudo em períodos nos quais o espírito de Liberdade era a mola motriz na Maçonaria, a missão de proteção do grupo era exercida por Irmãos que acreditavam, de fato, no princípio da Libertad o Muerte, brado sublimado na bandeira dos Trinta e Três Orientais (Uruguaios) hasteada desde a Cruzada Libertadora de 1825.
Tanto na mítica quanto no folclore maçônico, as brumas das históricas estórias consubstanciam o Irmão Cobridor com o Irmão Terrível. Afinal, alguém deveria ser o sacrificador dos perjúrios, cumprindo sua missão por uma taça sagrada ou por uma gadanha.
Uma das características do cargo é que ele seja exercido por um Mestre Instalado, com anos de vida maçônica. Por quê? O efetivo exercício do cargo só ocorre quando a Loja já foi aberta. Sendo assim, a PRIMEIRA verificação de regularidade e reconhecimento ocorrerá por Toques, Sinais e Palavras, transmitidos pelos Aprendizes, Companheiros, Mestres e Mestres Instalados visitantes.
É fato que ter vários anos de vida maçônica favorecerá a identificação e a confirmação de que o visitante pertence a uma Loja regular. Sendo reconhecido como Mestre Instalado, será encaminhado de modo devido para o Oriente.
Abro um parêntese para o bom andamento dos trabalhos: o lugar dos Mestres Instalados é o Oriente. Devem se dirigir para lá. Não se assentem no Ocidente, aguardando o Venerável Mestre parar os trabalhos para solicitar que o Mestre de Cerimônias os encaminhe a um lugar que ritualisticamente os compete.
Retornando ao tema, reafirmo que o Cobridor faz a PRIMEIRA verificação. Pode e até deve o Venerável Mestre efetuar a DERRADEIRA verificação, por meio da entrada ritualística e do telhamento. Decerto, em Sessões Magnas, fica “complicado” tal procedimento, mas podem ter certeza de que é “educativo” para Aprendizes e Companheiros que, presenciando, memorizam melhor as falas. Para aqueles Mestres que gostam de chegar atrasado, pois se entretêm em conversas e lanches antes das reuniões, é um motivador para serem pontuais.
Talvez a coisa mais interessante do cargo seja a joia, uma GADANHA. Instrumento cujo uso necessita de uma MAESTRIA INSTALADA, uma vez que, somente com prática, resiliência e cuidado, o instrumento torna-se eficiente. A lâmina deve ser como o conhecimento do Cobridor, bem “afiada”.
A ferramenta possui um cabo de madeira e é manuseada com as duas mãos, em movimentos semicirculares, com o corpo ligeiramente inclinado, quase como uma saudação sacerdotal.
A Gadanha é usada para ceifar as ervas daninhas nas plantações, cortadas rente ao solo, antes que espalhem suas perniciosas sementes, aprofundem suas raízes em competição com os bons tubérculos ou façam sombra, impedindo que a luz cumpra sua missão.
Portanto, em analogia maçônica, poderíamos dizer que A FUNÇÃO DO COBRIDOR É ABATER INTRUSOS ÀS SESSÕES, ATUANDO ANTES DO INÍCIO DA MARCHA. IMPEDE A DIFUSÃO DE MAUS SENTIMENTOS, A PROPAGAÇÃO DE MÁS PALAVRAS E O LÚGUBRE DOS MAUS PENSAMENTOS.
Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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