Saudações, estimado Irmão!

CARGOS OU GRAUS = ENCARGOS.

Ainda envoltos nos intercâmbios gerados sobre a série de artigos acerca dos Cargos em Loja, foi inquirido qual é o mais importante: Cargos ou Graus?

Em âmbito teórico ou não, que condição conferiria ao Maçom um status de suprassumo maçônico: ser Venerável Mestre ou Inspetor Geral da Ordem?

Se tivesse que provocar mais, indicaria a leitura do primeiro capítulo do livro de Eclesiastes – o qual provavelmente fora escrito por Salomão e todos nós conhecemos –, versículo 2: “Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”.

Porém, não é tão simples, e a equação não remete a apenas dois elementos. Vejamos a situação de ser ou ter sido um Venerável Mestre. Analisemos o antes, o durante e o depois.

Ele chegou a essa condição por meritocracia ou por articulações que se igualam à política profana? Seu mandato foi harmonioso, e houve desenvolvimento, estagnação ou retrocesso nas atividades? Após o mandato, ele teve “espaço” na Loja, tornou-se um colaborador ou, até mesmo, “sumiu” da Loja?

Pelo lado dos Inspetores Gerais da Ordem, a situação é ainda mais simples: basta procurar saber se ele frequentava os Corpos Superiores somente nos dias das sessões nas quais ele galgaria o grau ou também assistia e colaborava nas reuniões de graus já alcançados?

Desculpe-me se for ofensivo, mas se um Irmão só participou de uma única sessão do Grau 4 ao 33, ele não conquistou o título, ele simplesmente pagou pela comenda e pelo diploma.

Logo, como resolver essa equação, compreendendo que não existem “resultados finais”? O processo é contínuo e descrito pelos versículos 4 a 8: “Uma geração passa, outra vem; mas a terra sempre subsiste. O sol se levanta, o sol se põe; apressa-se a voltar a seu lugar; em seguida, se levanta de novo. O vento vai em direção ao sul, vai em direção ao norte, volteia e gira nos mesmos circuitos. Todos os rios se dirigem para o mar, e o mar não transborda. Em direção ao mar, para onde correm os rios, eles continuam a correr. Todas as coisas se afadigam, mais do que se pode dizer. A vista não se farta de ver, o ouvido nunca se sacia de ouvir”.

Portanto, se, moralmente, o Irmão tornou-se Venerável Mestre de uma Loja, deve se colocar pronto para servir aos Irmãos e à Loja, sobretudo por já ter passado por todos os percalços típicos do aprendizado, do companheirismo, da maestria, dos cargos e da direção em trabalhos simbólicos.

Por sua vez, se, eticamente, o Irmão fez-se merecedor da investidura como Inspetor Geral, ele deve estar pronto para servir aos Irmãos e à Ordem. Afinal, ele passou por lojas de aperfeiçoamento, pelo rosacrucianismo, aprendeu os Códigos da Cavalaria, vivenciou o consistório e esteve em um tribunal, a fim de se dedicar à manutenção da integridade do Rito.
 

TODA CAMINHADA MAÇÔNICA NADA MAIS É DO QUE O PREPARO
PARA SERVIR A QUEM AINDA NÃO CHEGOU AONDE ESTIVERMOS.

Se não houver essa compreensão, o “valoroso irmão” um dia vivenciará os versículos 16 e 17: “Eu disse comigo mesmo: eis que amontoei e acumulei mais sabedoria que todos os que me precederam em Jerusalém. Porque meu espírito estudou muito a sabedoria e a ciência e apliquei o meu espírito ao discernimento da sabedoria, da loucura e da tolice. Mas cheguei à conclusão de que isso é também vento que passa”.

Reafirmo o mencionado em artigos anteriores: não foquem a conquista de cargos e títulos, pois eles são encargos (ônus) que drenam os fracos e só fortalecem (bônus) aqueles que compreendem o MICTMR.

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.

Convosco na Fé - Robur et Furor

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club