Saudações, estimado Irmão!
PACIÊNCIA OU TOLERÂNCIA MAÇÔNICA?
Em nossa caminhada encontramos momentos em que a tolerância maçônica é invocada para resolver situações diversas. O problema surge quando a ação atinge as raias da apatia ou o pior, chega à atitude de conivência.
Comentamos em artigo anterior sobre a relação do Maçom Tolerante para com o seu meio e para com os Irmãos. Tal relação foi interpretada sob a luz da virtude da indulgência (disposição para perdoar culpas ou erros) e da condescendência (acomodar-se, por bondade, ao gosto ou à vontade de alguém).
Como todo excesso e ignorância (desconhecimento) levam ao retrocesso, muitas vezes, por conta da propalada qualidade do “bom Maçom”, situações não resolvidas se tornam problemas e acabam por afastar Irmãos
Pactuo integralmente com o escritor português, José Saramago, "a tolerância para no limiar do crime. Não se pode ser tolerante com o criminoso. Educa-se ou pune-se"
Com esta exposição, fica claro que o Maçom não pode aceitar literalmente a interpretação literal de tolerância (tolerare)"suportar", "aceitar", diante de erros e vícios de um Irmão
De maneira bem objetiva: se a conduta de um Irmão são manifestações claras de desvios do caráter, da moral e da ética, as Leis Maçônicas são, da mesma forma, muito claras. Resta cumprir o “pune-se”.
Por outro lado, precisamos nos debruçar na origem do comportamento considerado inadequado, estando ele fundamentado em situações conjunturais difíceis sob o ponto de vista emocional ou material. Nestes casos, uma postura tolerante, provavelmente, será a melhor solução ou seja: “educa-se”.
Portanto, nesses casos, é justo usar a virtude da Paciência, uma das sete virtudes descritas pelo poeta romano-cristão, Prudêncio (348-410 dc), no poema épico Psychomachia.
Esta virtude maçônica se manifesta em ser educado com quem está se desviando, compreender humanamente as dificuldades passadas e agir com serenidade tendo como norte a retirada do Irmão do caminho errado. O exercício real é a paciência para com as pessoas, não com as situações.
Oportuno é relembrar a origem da palavra paciente, que vem do verbo grego "makrothumeo", composto pelas palavras "makros" que significa “longe” e "thumos" que significa "raiva", "ira”. Assim, mantemos o equilíbrio e passamos da passividade de ver o erro, para a ação de agente transformador, movidos pelo amor ao Irmão.
PACIÊNCIA MAÇÔNICA É UM ATO DE CARIDADE E DE AMOR PRATICADA NOS NOSSOS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS.
“O Amor é paciente e prestativo, não é invejoso nem ostenta, não se incha de orgulho e nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita nem guarda rancor. Não se alegra com a injustiça e se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” Livro da Lei, Coríntios, Capítulo 13, Versículos 4 a 7
Fraternalmente – Sérgio Quirino – Grande Segundo Vigilante – GLMMG