Saudações, estimado Irmão!
CROIX DE LORRAINE
Apesar de estar normalmente relacionada aos valores e símbolos cristãos, há diversos símbolos em forma de cruz vinculados a graus diversos de vários ritos maçônicos.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Croix de Lorraine é usada junto ao ne varietur dos Inspetores Gerais da Ordem. Esta cruz de duas traves horizontais difere um pouco da original, pois em figuras do século XII ela é representada tendo as duas traves do mesmo tamanho.
Os estudos de heráldica nos faz chegar a Jean II, Senhor Feudal de Anjou (extensão de terra no centro da França, no vale do Rio Loire) que participou das Cruzadas em 1239.
No caminho para Jerusalém, Anjou passou pela ilha de Creta, onde recebeu das mãos do Bispo de Hiérapetra, uma cruz de duas traves feita a partir de um pedaço da “Santa Cruz” (a cruz na qual Jesus foi crucificado).
A relíquia ficou, durante séculos, sob a proteção, ora da Igreja, ora da Dinastia Anjou. Já, no século XIV, havia a adoração da “Cruz Dupla de Anjou” e foi fundada a Confraria da “Ordem da Cruz” para louvá-la e defende-la.
A mudança do nome de Cruz Dupla de Anjou para Cruz de Lorena aconteceu pelo casamento de René I (Duque de Anjou) com a Princesa Isabelle (herdeira do Ducado de Lorena). Desta forma, o culto à Cruz Dupla se difundiu notadamente em Nancy, região de Lorena e foi incorporado aos Escudos e Brasões da Nobreza, que também era usado pelos súditos como forma de adoração e proteção.
Esses dados são apenas estudos históricos e heráldicos da Cruz de Lorena. Mas, qual é a sua relação com a Maçonaria e, em especial, com o Grau 33?
Há uma correlação direta com a hierarquia da Igreja (Cruz Patriarcal), com os Templários (Cruz Primitiva Templária) e com profundos estudos esotéricos. Desenhe a Cruz de Lorena e marque um ponto em cada uma das seis extremidades. Procure unir os pontos à procura de uma figura geométrica.
Quanto a cruz como figura emblemática, esqueça quaisquer outras vinculações fora do plano simbólico. Concentre-se, apenas, na figura formada pelo encontro de uma linha vertical com uma linha horizontal.
A verticalidade nos remete à ligação matéria/espírito e ao movimento de ascensão ou decadência. A horizontalidade nos indica a dualidade dos caminhos opostos, que estando no mesmo plano, nos permite escolher a direção a ser tomada.
Na intercessão das duas linhas encontramos um ponto que faz circular toda esta energia. A Força vinda da Terra gera a sustentação telúrica. A Sabedoria vindo do etéreo ilumina. A Beleza da alquimia no correto uso dos opostos, fogo a água agindo como elementos que tudo transformam.
AO JUNTAR OS PÉS E ABRIR OS BRAÇOS, FORMAMOS ESTA CRUZ.
PORTANTO, O MAÇOM DEVE MANTER-SE
FIRME EM SUA BASE E COM A MENTE ABERTA.
COMO UMA BALANÇA. PESE BEM O QUE LHE CHEGA ÀS MÃOS.
ESCUTE SEU CORAÇÃO, ELE É O SEU PONTO DE INTERCESSÃO.
Este artigo foi inspirado no livro “A CRUZ. FORMAS E SIMBOLISMO” de autoria do médico, Júlio Doin Vieira que, na página 21 instrui: “Como todos os outros pontos, a cruz evoca tanto o movimento que parte de um ponto para prolongar-se em todas as direções do espaço quanto àquele que, partindo da multiplicidade, reduz progressivamente todas as coisas à Unidade.”
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.
Fraternalmente. Sérgio Quirino – Grande Segundo Vigilante – GLMMG