Saudações estimado Irmão!
Lamentavelmente, escrevo novamente sobre a
MORTE
Dizem que um raio nunca cai duas vezes sobre o mesmo lugar. Isto é um mito, assim como pensar que passada a tempestade e aproveitando da bonança, estamos à margem de novas trovoadas e rajadas.
Inimaginável para mim, retornar a condição de viúvo. O destino, karma, desígnio ou missão são, realmente, condições que ultrapassam qualquer conceito material. Sinceramente, não compreendo este propósito em minha vida.
Conheci Heloísa, minha primeira esposa, ainda menino e juntos compartilhamos a vida por 30 anos. Ela tinha a saúde física debilitada, mas, seu espírito era uma fortaleza. Frequentemente, ela me dizia: “Ainda vou arrumar uma companheira para você!”
Anos depois de seu passamento, reencontro Anna, querida amiga e terapeuta da Heloísa, que em muito a ajudou na compreensão daquele momento de vida e a aliviou em suas dores emocionais até o momento de sua partida.
Então, nos envolvemos, tivemos uma filha e, com os mesmos 44 anos de idade da Heloisa e com a mesma doença, minha companheira também Anna foi embora.
Outro mito é a crença de que a alma é imaterial. Ver a amada no esquife, contar para a filha e pensar nas tempestades do futuro abrem feridas em todas as partes.
Ao descê-la ao jazido, reflito sobre as medidas 3 x 5 x 7. O maior valor é a espiritualidade. O sete nos remete ao tempo gasto e necessário para a Grande Obra do Senhor. O cinco é a liberdade, a evolução, a mudança de um estágio ou condição. E o três é proclamado por Pitágoras como a perfeição, pois é o resultado da ação do Uno contra a nefasta dualidade ou dúvida do número dois. Triste aprendizado, ainda mais, pelo local da aula.
Fica aqui o meu pedido ao Irmão que, como eu, tem a certeza de que viemos do pó e ao pó retornaremos: Não espere fechar os olhos para compreender que o principal da vida está, justamente, naquilo que não vemos.
Eleve-se em vida, rompa conceitos, permita-se novos caminhos, promova mudanças, desprenda-se da carne. Seja sempre o Uno, a unidade que dissipará a duvida, o erro e a ignorância. Pois só assim terá travado o bom combate da vida!
Fraternalmente – Sérgio Quirino – Grande Segundo Vigilante – GLMMG
Anna era estudante de Kaballa e sempre terminava seus escritos com a frase: Muita Luz!
Vá ao encontro dela, Anna. Você, meu amor, foi Luz e merece muita Luz!
Sinto muito! Me perdoe! Sou grato! Te amo!