O MAÇOM É O LOBO DO MAÇOM

19 de Março de 2018

O MAÇOM É O LOBO DO MAÇOM
 

Dificilmente, conseguimos desassociar o animal lobo das coisas ruins. Afinal, desde a infância, ouvimos e perpetuamos a lenda do “lobo mau”, seja no conto “Chapeuzinho Vermelho”, “Os Três Porquinhos” ou no temível lobisomem.
Para além do lúdico, há diversas associações do animal lobo aos aspectos negativos da personalidade humana: crueldade, ambição, luxúria etc. 
Mas, há o lado bom de toda criatura e devemos resgatá-lo. A crueldade do lobo é manifestada por sua ferocidade, quando protege o que ama.  Com esta simbologia, a tradição japonesa invoca o lobo como guardião dos locais sagrados. Sua ambição é formar heróis e mitos.
Rômulo e Remo, fundadores de Roma foram alimentados por uma loba, assim como vários heróis gregos. É provável que a associação do lobo à luxúria seja a má interpretação da cultura siberiana de invocar o lobo para aumentar a fecundidade da mulher, após o casamento.
A frase atribuída ao filósofo inglês, Thomas Hobbes, “O HOMEM É O LOBO DO HOMEM”, passa-nos a ideia de que o nosso maior inimigo somos nós mesmos.
O livre arbítrio nos permite sermos aquilo que construímos. Não podemos aceitar passivamente uma ideia, uma tradição, um conceito, sem um mínimo de especulação. 
Segundo uma lenda dos índios norte americanos, dentro de cada um de nós existe uma luta diária entre dois lobos. Um é arrogante, invejoso, mentiroso, ressentido, egoísta. O outro é generoso, educado, colaborativo, limpo e verdadeiro. Ambos são extremamente ferozes na defesa de seus valores e princípios. 
Um jovem ao escutar a estória, pergunta ao velho ancião: - Qual dos lobos vencerá?
E o grande mestre responde: - Aquele que for mais alimentado! Da mesma forma, existe essa separação de mundos em, praticamente, todas as correntes do pensamento complexo da história da humanidade.
Na Maçonaria, este simbolismo está expresso no Pavimento em Mosaico. 
Qual é, portanto, a sua base? Onde está assentada a sua conduta? A trilha que guia seus passos é do bem ou do mal?

O MAÇOM É O LOBO DO MAÇOM
A estrutura social de uma alcateia demonstra o quanto os lobos são organizados, responsáveis, cuidadosos, inteligentes e, acima de tudo, com um grande sentimento de família. Oh! Como seria bom e agradável se todos nós vivêssemos assim.
O Maçom e orgulhosamente lobo, Robert Baden Powell (1857 – 1941), fundador do Escotismo, deixou lições para nós Maçons, que são ensinadas para os escoteiros iniciantes, os pequenos de 6 a 10 anos, chamados de Lobinhos:

  1. O Lobinho ouve sempre os velhos Lobos (Lição para os Aprendizes Maçons)
  1. O Lobinho pensa primeiro nos outros (Lição para os Companheiros Maçons)
  1. O Lobinho abre bem os olhos e os ouvidos (Lição para os Mestres Maçons)
  1. O Lobinho é sempre limpo e está sempre alegre (Lição para Mestres Instalados, que devem se manter limpo/puro e alegre/receptivo)
  1. O Lobinho diz sempre a verdade (Lição para todos os Homens Livres e de Bons Costumes)

Este artigo foi inspirado nos ensinamentos do escotismo para os Lobinhos. Às vezes, acreditamos que os mais profundos ensinamentos estão nas grandes obras e nos clássicos. Não deixa de ser verdadeiro.
Todavia, conhecemos também a força, que existe na ternura; o poder, que se alimenta do perdão; a incorruptibilidade, que ilustra a verdade e a grandeza que se assenta na simplicidade.
São lições que, muitas vezes, aprendemos nas prosaicas tradições, gravadas em singelas estórias ao longo da existência desta espécie de animal chamado homem.
Neste décimo segundo ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.
 
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.

 

Fraternalmente
Sérgio Quirino – MI - 33 - KTP

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